OS 26 KATAS DO ESTILO SHOTOKAN

Nome atual do Kata /nome antigo Kanjii - Significado(tradução) E comentários

Heian-shodan/ Piñan-shodan : "Paz (Hei)e tranquilidade(an)" /kata básico, desenvolvido para treinamento e aperfeiçoamento de técnicas básicas, inicialmente era chamado Heian Nidan

Heian-nidan : "Paz (Hei) e tranquilidade(an)" / idem anterior, era chamado Heian Chodan

Heian-sandan : "Paz (Hei) e tranquilidade(an)"

Heian-yondan : "Paz (Hei) e tranquilidade(an)"

Heian-godan : "Paz (Hei) e tranquilidade(an)"

Tekki-Shodan/ Naihanchi : "Cavaleiro de ferro" (tetsu=ferro, Ki=cavaleiro) Kata básico desenvolvido para fortalecimento de base. Aprimora a capacidade de gerar força em golpes na base kibadachi. Referência à força que deve possuir o karateka na base, nos golpes e no espírito (concentração).

Tekki-nidan : "Cavaleiro de ferro" (desenvolvido pelo mestre Itosu a partir do Tekki)

Tekki-sandan : "Cavaleiro de ferro" (desenvolvido pelo mestre Itosu a partir do Tekki)

Bassai - dai/ Passai : "Atravessar a fortaleza" - forma longa ver texto sobre a história do kata

Bassai-sho : "Atravessar a fortaleza" - forma curta desenvolvido pelo Mestre Itosu a partir da forma básica

Bassai, possui técnicas contra golpes de bastão.

Kanku-dai/ Kushanku : "mirando o sol" - forma longa (Kan=olhar,ku=nada,vazio, céu)/ Junto com as técnicas do Bassai-dai constitui os kata mais característicos do Shotokan treina a superação que o karateka tem que fazer dos seus próprios limites para conseguir vencer mais de 8 adversários, é o maior kata shotokan.Busca desenvolver a compreensão de Kyo - falha mental e física e jutsu - alerta.

Kanku-sho : "mirando o sol" forma curta

Jiin : "Lugar de piedade", "Na sombra da bondade" (ji=amor universal, delicado, gentil, in=sombra)

Jion : "Gratidão e piedade", nome de templo budista (ji=amor universal, delicado, gentil; on=amor, benevolência, bondade)/ kata onde se demonstra maturidade e equilíbrio espiritual na aplicação dos movimentos, diferencia do Bassai e Kanku onde se demonstra grande força física e espiritual.

Jutte(jitte) : "dez mãos"(ju-dez,te=mão)/ técnicas contra ataques de bastão.

Meikyo/Lorei : "espelho limpo" (mei=claro,kyo=espelho)

Nijushiho/ Niseishi : "vinte e quatro movimentos" /trreina alternância de força seguida de suavidade, velocidade seguida de lentidão.

Sochin : "paz inabalável" (so=robusto, vigor, enérgico, chin=suprimir, ficar calmo),"criando raizes"

Gojushiho-dai/ Ouseishi : "54 movimentos" forma longa

Gojushiho-sho : "54 movimentos" forma curta

Hanguetsu/ Seisan : "meia-lua" (han=metade, meio, guetsu=lua)/trabalha técnicas de respiração lenta e movimentos em meia lua.

Gankaku/Chinto : "Grou sobre a rocha" (gan=rocha, kaku=a garça sobre)

Enpi/Wanshu : "O vôo das andorinhas" (en=pássaro, pi=vôo)

Chinte : "técnicas estranhas", "mãos estranhas" (chin=estranho, esquisito, te=mão)/ treina técnicas de mão que devem ser suficientes para livrar o karateka de ataques de lutadores mais fortes que ele

Unsu : "nuvem e mãos"(un=nuvem, su=mão)/destinado a karatekas de alto nível, seu domínio indica que o karateka está preparado para qualquer tipo de acontecimento.

Wankan/ Matsukase : "coroação do rei"(wan=rei, Kan=corvo)

ASSUNTOS DE KARATÊ

Faixas do Karate Shotokan e Seus Significados.

Não sei ao certo qual foi a intenção dos mestres em colocarem esta ou aquela cor na seqüência dos Kyus, nem sei qual seria o significado que eles tinham em mente, mas como todos sabem, a faixa simboliza o ciclo de aprendizagem de um praticante nas diferentes etapas de sua carreira e cada cor tem sua própria energia, vibração e atuação.
Além disso, percebe-se que cada estilo possui a sua própria seqüência de cores de faixas que nem sempre coincidem umas com as outras.

Mesmo assim, algumas evidências científicas sugerem que a luz das diversas cores, que entram pelos olhos, podem afetar diretamente o centro das emoções, possuindo assim, queiramos ou não, um significado.
O que se observa mais facilmente é que a cor da faixa vai escurecendo com os anos de dedicação e de prática, até chegar à faixa preta, a qual representa a maioridade técnica do praticante.

Os Kyus são decrescentes, sendo que a faixa marrom é do 1º Kyu, representando que este grau é o 1º discípulo, ou seja, aquele aluno mais próximo do mestre.

É claro que a finalidade prática e primordial da faixa é ajustar o karate-gi para evitar a sua folga excessiva e permitir uma melhor movimentação durante os treinos, mas não creio que as suas cores tenha sido escolhida aleatoriamente ou de forma tão incosciente.

Apesar do significado das cores serem diferentes em culturas diferentes, independente ou não de terem sido conscientemente escolhidas, elas podem analogicamente ser usadas para transmitir uma determinada mensagem. Sendo assim e, seguindo a seqüência das cores das faixas no estilo Shotokan, eis a minha interpretação particular:

A FAIXA BRANCA (Shiro Obi) – Sem graduação (Mu Kyu):

Essa é a cor do desprendimento. O branco reflete todas as cores. A própria cor dessa faixa indica que o seu portador ainda possui a ingenuidade e deve procurar manter a mente limpa. Entretanto, ele tem em potencial, todas as cores das demais faixas posteriores e assim como o fogo está na pedra, cabe a ele, faze-lo brotar através da fricção do treino árduo.
A busca nesse grau é pela purificação e transformação, diante do infinito conhecimento que tem diante de si.Essa faixa nos diz que o iniciante deve buscar a humildade e a imaginação criativa, através da limpeza e da claridade dos pensamentos. É a cor síntese do arco-íris e a mais associada ao sagrado, pois simboliza paz, pureza, perfeição e especialmente o absoluto.
Ela nos diz que devemos buscar a pureza, sinceridade e a verdade; repelindo os pensamentos negativos, procurando elevá-los, para que encontremos o equilíbrio interior, segurança e desenvolvamos o instinto e a memória.
O branco simboliza uma espécie de coringa, para todos os propósitos, é o substituto para qualquer cor, assim como uma tela em branco esperando para ser pintada.


A FAIXA AMARELA (Kiiro Obi) – 6º Kyu (Rokku Kyu): Assim como um sol que desponta todos os dias, ela significa que é um iniciante ou um recém nascido no Karatê, que com o tempo irá crescendo e fortalecendo-se, até chegar à maturidade que corresponde à faixa preta.
Assim como o sol nascente o conhecimento começa a aflorar para o iniciante. Agora ele pode vislumbrar um pouco da iluminação da descoberta e da realidade do que é o Karatê. Entretanto, assim como o amarelo é uma cor primária, isto é, não pode ser formado pela mistura de outras cores, ele também deve manter-se puro dentro da escola de Karatê que escolheu ainda evitando misturar outras coisas aos conhecimentos que está recebendo para não se confundir dentro da senda do verdadeiro karatê.
Assim como essa cor, essa graduação lhe traz a alegria, a vida, o calor, a força, a glória, o poder mental e representa o descobrimento. Ela lhe desperta novas esperanças no caminho, dando-lhe vivacidade, alegria, desprendimento e leveza. Agora ele deve procurar desinibir-se para desenvolver seu brilho, mas também diminuir a ansiedade e as preocupações, construindo sua confiança, energia e inteligência na solução dos problemas que surgirão.
A cor dessa graduação mostra que o praticante deve reter conhecimentos e desenvolver a luz da sabedoria e da criatividade, e assim como o sol, ela deve trazer a luz para as situações difíceis.
O Amarelo simboliza: criatividade, as idéias, o conhecimento, alegria, juventude e nobreza. Apesar do amarelo estar relacionado ao elemento
terra, também é uma cor Yang e representa o descobrimento e a abertura para o conhecimento do Karatê.


A FAIXA VERMELHA (Aka Obi) – 5º Kyu (Go Kyu): A cor vermelha sugere motivação, atividade e vontade. Ela atrai vida nova e pontos de partida inéditos.
Essa é a cor do fogo, da paixão do entusiasmo e dos impulsos é a cor mais quente, ativa e estimulante. Ainda é uma cor primária que não pode ser formada pela mistura de outras cores, mostrando assim, que o praticante ainda deverá manter-se puro e fiel ao estilo de Karatê que elegeu.
Essa faixa, pela sua vibração, dá mais energia física, mostrando que agora, mais do que nunca é necessária força de vontade para não desistir da conquista dos seus ideais. Persistência, força física, estímulo e poder são seus traços típicos.
Embora o vermelho represente agressividade, perigo, fogo, sangue, paixão, destruição, raiva, guerra, combate e conquista, também simboliza aquilo que deve ser contido pelo seu portador. Esta cor faz com que você se sinta mais vigoroso, expansivo e pronto para avançar adiante em algum sentido evidente. Ela tende a atrair o olhar das pessoas e chamar a atenção. Se você usar vermelho, isso pode indicar que tem ardor e paixão, ferocidade e força. As pessoas que gostam de ação e drama apreciam essa cor. É uma cor de uma energia muito forte e o praticante deve ter o cuidado e a persistência para não se deixar ser vencido por ela e desistir do caminho.Sendo a cor do sangue, o vermelho também está relacionado à vida e à força de uma energia vital máxima. Esta é uma cor Yang.

A FAIXA LARANJA (Daidaiiro obi) – 4º Kyu (Yon Kyu): sta é uma cor que é a mistura do vermelho com o amarelo, representado que o conhecimento
dos graus anteriores deve estar contido nesta graduação e trazendo as qualidades dessas duas cores. Nos diz que devemos procurar o sucesso no treino diário, agilidade, adaptabilidade, estimulação, atração e plenitude.
Essa cor também simboliza aquilo que o praticante deve buscar: o encorajamento, estimulação, robustez, atração, gentileza, cordialidade e tolerância.
Esta é a cor da comunicação, do calor afetivo, do equilíbrio, da segurança e da confiança. Quem chega nessa faixa deve acreditar que agora tudo é possível, pois essa cor estimula o otimismo, generosidade, entusiasmo e o encorajamento.
A cor laranja mostra ao praticante que ele deve fortalecer as energias e a sua vontade de vencer.A cor laranja está situada entre o elemento fogo e o elemento terra, portanto, carrega um pouco das características dos dois elementos. Também é uma cor Yang.


A FAIXA VERDE (Midori Obi) – 3º Kyu (Sankyu): O verde é uma cor que representa Esperança e a Fé. É a cor mais harmoniosa e calmante de todas. Ela simboliza harmonia e equilíbrio.
Essa cor, que nos chega depois das cores quentes iniciais, nos dá a impressão de que chegamos a um oásis, depois de atravessar um árduo deserto, mas devemos saber que ainda há mais deserto a vencer.
Ela também representa as energias da natureza, esperança, perseverança, segurança e satisfação; fertilidade. O portador deve procurar desenvolver a sua sensibilidade para se comunicar com a natureza interna e externa a si mesmo.
Significa também a harmonia em que devemos estar com ela, junto com o ar, a água e o fogo, elementos da vida que proporcionam bem-estar ao ser humano.
Essa cor simboliza uma vida nova, a energia, a fertilidade, o crescimento e a saúde. Por outro lado, quando em mau aspecto, mostra um orgulho excessivo, superioridade e arrogância.
O verde é ligado ao elemento madeira e a primavera.
Representa o crescimento, desenvolvimento, natureza e saúde. Também significa a etapa da juventude, estando relacionado a este estado emocional, mostrando, assim, que os conhecimentos ainda não se encontram bem claros ou maduros para os praticantes; ainda lhes falta amadurecer mais e delineá-los melhor.

A FAIXA ROXA OU VIOLETA(Murasaki Obi) – 2º Kyu (Nikyu): O roxo é uma mistura das cores azul e vermelho.Essa é a cor usada pelos sacerdotes católicos para refletir santidade e humildade.
Ela gera sentimentos como respeito próprio, dignidade e auto-estima.
Esta é uma cor metafísica. É também a cor da alquimia, das transformações e da magia. Ela é vista como a cor da energia cósmica e da inspiração espiritual.
A cor violeta é excelente para purificação e cura dos níveis físico, emocional e mental.
Simboliza: dignidade, devoção, piedade, sinceridade, espiritualidade, purificação e transformação. Quando em mau aspecto determina manias e fanatismo.
Representa o mistério, expressa sensação de individualidade, influenciando emoções e humores, mas também simboliza a dignidade, a inspiração e justiça. Gera tensão, poder, tristeza, piedade, sentimentalidade.
Tendo isso tudo em mente, a cor desta graduação nos indica que devemos encontrar novos caminhos e a elevar nossa intuição espiritual.


A FAIXA MARROM (Chairo Obi)– 1º Kyu (Ichi Kyu): É a cor da solidificação. Representa a constância, a disciplina, a uniformidade adquirida e a observação das regras mantidas até aqui.Representa a conexão do praticante com o patrono do estilo que lhe foi passado, representado por seus mestres.
Para criar essa cor, você precisa misturar o vermelho com o preto e, portanto, ela tem alguns dos seus atributos. Também representa a autocrítica e a dependência dos mestres para chegar até aqui. Significa que se está completando o processo de amadurecimento, tanto nos conhecimentos técnicos quanto no aspecto mental.
Essa faixa, pela sua cor, emana a impressão de algo maciço denso, compacto.
Sugere segurança e isolamento. Representa também uma poluição que deve sempre ser limpa, através da prática fiel aos princípios do Budô.
Uma pessoa que gosta de vestir-se com marrom por certo é extremamente dedicada e comprometida com seu trabalho, sua família e seus amigos.
A cor marrom gera organização e constância, especialmente nas responsabilidades do cotidiano. As pessoas que gostam de usar essa cor são capazes de ir "à raiz das coisas" e lidar com questões complicadas de forma simples e direta. São pessoas "sensatas".

A FAIXA PRETA (Kuro Obi) – 1º Dan (Sho Dan): É a junção de todas as cores. Enfim o corpo e a mente chegaram ao final de uma jornada e ao início de outra mais elevada.A faixa na cor preta, representa humildade, autocontrole, maturidade, serenidade, disciplina responsabilidade, dignidade e conhecimento. É a cor do poder, induz a sensação de elegância e sobriedade. Onde o que está fora não entra e o que está dentro não sai.
Observe-se que na maioria das sociedades ocidentais, o preto quase sempre é a cor da morte, do luto e da penitência, mostrando assim, o estado mental, para o mundo, de quem atingiu essa graduação.
Em geral, essa cor é usada por pessoas que rejeitam as regras convencionais ou são regidos por outras normas sociais, como é o caso dos padres ou dos guerreiros que seguem ao Budô.
Essa cor também nos dá uma noção de tradição e responsabilidade.É a ausência de vibração da “não cor” que dá a sensação de proteção ou afastamento.
Por outro lado, absorve, transmuta e devolve as energias negativas, transformadas em positivas.
A meditação nessa cor permite a introspecção, favorece a auto-análise e permite um aprofundamento do indivíduo no seu processo existencial.
Remove obstáculos, vícios e emoções não desejadas. O excesso traz melancolia, depressão, tristeza, confusão, perdas e medo. A cor preta relaciona-se ao elemento água que adapta-se a todas as formas e contorna todos obstáculos é o símbolo do máximo Yin.

1º Evento de Karatê em Ribeira do Amparo

A ASKASCEF REALIZA O 1º EVENTO DE KARATÊ DO MUNICÍPIO DE RIBEIRA DO AMPARO-BA.

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A ASKASCEF realizou no dia 17 de agosto de 2008, na cidade de Ribeira do Amparo-BA, o 14º exame de faixa de karatê da academia. Foi o 1º evento de karatê do município. O evento anível regional regional teve a participação dos karatecas das academias de OKINAWA das cidades de Cícero Dantas e Paripiranga, do POMBAL KARATÊ CLUBE da cidade de Ribeira do Pombal e da ASKASCEF das cidades de Cipó e Ribeira do Amparo.
“O nível técnico do exame, apresentado pelos karatecas da região, foi muito bom” disse ao público presente, o sensei Galvane, faixa preta 4º dan, examinador e representante da Federação Baiana de Karatê-Dô Tradicional.
Todos os examinados foram aprovados, com destaque para os karatecas da ASKASCEF que tiveram as três melhores notas de cada faixa, a saber:
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Para faixa amarela
3ª melhor nota JESUS GEREMIAS,
2ª melhor nota PAULO VINÍCIUS LEONE,
melhor nota JÉSSICA GABRIELA;
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Para faixa vermelha
3ª melhor nota MARIVALDO OPÍMPIO,
2ª melhor nota JOSÉ DOMINGOS,
melhor nota JOÃO LUCAS;
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Para faixa laranja
3ª melhor nota EDVAN ANDRADE,
2ª melhor nota RAFAEL FERREIRA,
melhor nota JEORGE BUENO;
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Para faixa verde
3ª melhor nota EMILLY CONCEIÇÃO,
2ª melhor nota RHANNA CONCEIÇÃO,
melhor nota ISABELA RAISSA;
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Para faixa verde estágio
melhor nota FILIPE BRITO;
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Para faixa roxa
3ª melhor nota ÉLIDA COSTA,
2ª melhor nota CAROLINE DANTAS,
melhor nota ALEXSANDRO JESUS;
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Para faixa marron
2ª melhor nota JAIME atleta de Ribeira do Pombal,
melhor nota FABIANO OLIVEIRA;
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O atleta LAON OLIVEIRA teve a melhor nota do exame. Todos os citados receberam medalhas.

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Por: ASKASCEF

A ASKASCEF CONQUISTOU O 3º LUGAR

A ASKASCEF CONQUISTOU O 3º LUGAR NO CAMPEONATO BRASILEIRO INTERCLUBE DE KARATÊ-DÕ TRADICIONAL

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A ASKASCEF- Associaçao de Karatê Sport Center Funakoshi, com academias em Cipó e Ribeira do Amparo conquistou o 3º lugar no 17º CAMPEONATO BRASILEIRO INTERCLUBE DE KARATÊ, categorias juvenil e júnior de 05 a 17 anos. A Vice-Campeã foi a academia DRAKON de Salvador-BA e a Campeã foi a academia SHOTOKAN de Mato Grasso-MT. O evento foi promovido pela Confederação Brasileira de Karatê-Dô Tradicional e realizado nos dias 10, 11 e 12 de julho de 2008, no ginásio de esportes municipal da cidade de Lauro de Freitas-Bahia.
No quadro de medalhas a ASKASCEF ganhou 10 Medalhas de Bronze e uma Medalha de Prata com os atletas João Lucas, Caroline Dantas, Izabela Raissa, Alex Reis, João Ferreira, Élida Costa, Rhanna Conceição, Jaíne Dominique. O atleta Laon Oliveira foi o Vice-Campeão Brasileiro na modalidade Kata Individual de 14 a 15 anos e o Campeão foi o atleta de Mato Grosso-MT.
O Professor Nailson Ferreira parabeniza todos os atletas que comporam a delegação da ASKASCEF, e agradece os patrocinadores e o apoio da Secretaria de Esporte e da Prefeitura de Cipó, bem como da prefeitura de Ribeira do Amparo.

Matéria: Professor Nailson Ferreira

A ASKASCEF FOI CAMPEÃ DA 6ª COPA

A ASKASCEF FOI CAMPEÃ DA 6ª COPA INTERCOLEGIAL DE KARATÊ-DÕ TRADICIONAL .

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A ASKASCEF- Academia de Karatê de Cipó e de Ribeira do Amparo foi CAMPEÃ DA 6ª COPA INTERCLEGIAL DE KARATÊ-DÕ TRADICIONAL. O evento foi promovido pela Federação de Karatê-Dô Tradicional do Estado de Sergipe-FKTS e realizado no dia 20 de abril de 2008, no ginásio de esportes Constâncio Vieira em Aracaju-SE. A Copa teve a participação de academias representando colégios dos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. A Bahia foi representada pelas academias Sekai e Reflexo de Salvador e Askascef de Cipó. A classificação geral do evento foi assim:
5º lugar, academia representando os colégios do estado de Pernambuco;
4º lugar, academia representando os colégios do estado de Alagoas;
3º lugar, academia representando os colégios do estado de Sergipe;
Vice - Campeã, academia Sekai de Salvador - Bahia, representando a Faculdade F.T.C;
A grande Campeã da 6ª Copa Intercolegial de Karatê/2008 foi a academia ASKASCEF, representando os colégios dos municípios de Cipó e de Ribeira do Amparo-BA.

O Professor Nailson Ferreira agradece aos atletas, pais, colaboradores e patrocinadores, bem como o apoio da Secretaria de Esporte e da Prefeitura de Cipó e da prefeitura de Ribeira do Amparo.

Matéria: Professor Nailson Ferreira

História das Artes Marciais

História do Estilo Shotokan.
O Estilo Shoto-kan – SHOTO (Pseudônimo Com Que o Mestre Funakoshi Costumava Assinar Seus Poemas em Sua Juventude) Transcrito em Caracteres Ocidentais e KAN (Casa) Foi Fundado Por Guchin Funakoshi (1868 – 1957).

História do Estilo Goju Ryu.
'GO' Significa Rigidez ou Força e 'JU' Significa Flexível ou Suave. É Nesses Dois Aspectos Que São Baseados a Filosofia do Goju.

História do Estilo Shorin Ryu.
Foi Depois da Segunda Guerra Mundial Que o karatê Shorin Ryu Popularizou-se Pelo Mundo Esta Luta Ensinava o Praticante a Enfrentar Sem Armas o Seu Adversário.

História do Estilo Shito Ryu.
O Meste Kenwa Mabuni, Fundador do Estilo Shito Ryu, Inicialmente Começou Praticando Com os Mestres Anko Itosu (Shuri-te) e Kanryo Higaona (Naha-te). Velocidade e Agilidade Força e Contração Muscular.

História do Estilo Wado Ryu.
A Meta de Prática Desse Estilo é Trazer a Paz e Harmonia, o Que é Mais Difícil de Ser Atingido do Que a Vitória Pela Violência.

História do Estilo Shukokai.
O Shukokai Foi Fundado pelo Mestre Chojiro Tani em 1952.

Okinawa City-沖縄都市.
O Berço de Todos os Estilos de Karatê.
GRANDES MESTRES:
Bong Soo Han é Considerado o Pai do Hapkido no ocidente.
O Grão Mestre Bong Soo Han é Considerado o Pai do Hapkido no Ocidente. Praticante há Mais de 50 Anos, ele Atualmente é Faixa Preta 9º dan. É Fundador e Presidente da International Hapkido Federation (IHF).

Sokon Matsumura.
Sokon Matsumura Nasceu em 1796, no Seio de Uma Família Nobre de Ryu Kyu, a Data do Seu Falecimento é Apontada Como 1890.

Sokaku Takeda difusor do Daito-Ryu Aikijujutsu.
Sokaku Takeda Nasceu em 1860 em Aizu, Japão, Descendente de Uma Família de Samurais. Aprendeu o Daito-Ryu Aikijujutsu Com o Grande Mestre Tanomo Saigo, Que o Considerou seu Sucessor à Frente do Daito-Ryu.

YIP MAN O Grande difusor do Estilo Ving Tsun de Kung Fu.
O Grande Difusor do Estilo Ving Tsun de Kung Fu - Existe Muitas Divergências na Grafia Fonética Deste Estilo. Algumas Vezes ele Aparece Grafado Como Wing Chun , Wing Tsun ou Wing Tchun.

Bodhidharma O Pai das Artes Marciais.
Esse é o Pai Das Artes Marciais. Dizem na China Que, Quando o Homem de Nenderthal Utilizou-se Pela Primeira Vez de Um Osso ou de Uma Pedra Para Melhorar Suas Qualidade Na Luta, Surgiu o KUNG FU.

Masutatsu Oyama Praticou Chabee BoxeShaolim
O Mestre Oyama nasceu em 1924 em Kimje, Coréia, com o nome de Yee Hyung. Ainda criança, aprendia Chabee (uma combinação coreana de Jujitsu e Kempo) na escola que freqüentava. Dos 9 aos 13 anos passou a praticar diariamente tanto o Chabee quanto o Boxe Shao

Conde Koma - Mitsuyo Maeda Grande Mestre de Judô.
Aproximadamente nos anos de 1912 a 1922, veio do Japão o mestre Mitsuyo Maeda, conhecido como Conde Koma, que viajou o mundo todo dando demonstrações de Judô para os ocidentais. Quando chegou ao Brasil,deu várias exibições no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Biografias

Biografia De Steven Seagal.

Jean-Claude Van Varenberg.

BRUCE LEE O Rei do kung-Fu.

Éder Jofre.

JET LI.

Ricardo Freire.

Mike Tyson.

Sites de Artes Marciais.

Apostila de Kung Fu-Vìdeos -Filosofia ocidental - Filosofia Oriental - O que é tai chi chuan - Yoga - Pilates System - Bem Estar - Platão - Sócrates - Aristoteles e Muito Mais.

Associação Tao In de Artes Marciais
Apostila de Kung Fu-Vìdeos -Filosofia ocidental - Filosofia Oriental - O que é tai chi chuan - Yoga - Pilates System - Bem Estar - Platão - Sócrates - Aristoteles e .Mais.

Nkk - JKA do Brasil Site Oficial.
Escola De Karatê Shotokan do Brasil Escola De Aperfeiçoamento De Karatê-Do "Site Oficial Da NKK e JKA Do Brasil".

PROPOSTAS MATEMÁTICAS PARA Á PRATICA DO KARATÊ.
Um Estudo Profundo da Unicamp Sobre o Karatê-Dô.


HOYO JUTSU.
O Hoyo jutsu arte marcial guerreira nascida no Japão há mais de mil anos.

HAPKI-DÔ.
Há muito tempo atrás,cerca de 4300 anos, surgia na Coréia uma forma de luta mortal.Séculos após, o povo da Coréia foi unificado sob o governo da Rainha Chin Heung. Mas nos anos subseqüentes, seu país foi dilacerado por guerras e insurreições.

GUMDÔ.
Haidong Gumdô é a arte coreana da espada com origem nas táticas e técnicas de ancestrais em batalhas.

GLIMA.
Na Era Viking, havia no norte da Europa um esporte muito popular chamado Glima.

FULL CONTACT.
O Full Contact é uma luta de contato que combina agilidade, flexibilidade, velocidade e muita determinação.

ESGRIMA.
A esgrima é o único esporte olímpico em que duas pessoas de diferente peso, força, altura ou idade, se enfrentam diretamente.

CAPOEIRA.
A capoeira na sua mais completa definição e formação nasceu no Brasil.

BUJUTSU.
Na antiguidade as ilhas do Japão possuíam uma estrutura feudal. A nobreza ou Bushi ao ser a classe dirigente; possuía duas claras vertentes na sua formação.

BOXE.
A arte de ataque e defesa pelo uso dos punhos. o termo pugilismo tornou-se modernamente sinônimo de boxe.

AMIJITSU.
Foi concebido pelo Mestre Antônio Tibery que buscou unificar, de maneira integrada, parte das propostas contidas em diferentes modalidades, adotando-se, de início, princípios filosóficos estruturais.

AIKI-JUJITSU.
Tem-se a origem do Daito-Aiki-Jujitsu, vinda da secessão de técnicas do Mestre Shinra Saburo Minamoto, que viveu em um palácio chamado de Daito.

AIKIDÔ
O Aikidô é uma arte marcial originária do Japão criada por Morihei Ueshiba (1883 a 1969).

FAIXAS ( GRADUAÇÃO )

"O homem faz a técnica, e não o contrário”.
"É o nível técnico do praticante que valoriza sua faixa".
As artes marciais provenientes do Japão e Okinawa apresentam uma variedade de títulos e classes de graduações. O sistema atual de graduação de faixas coloridas é o mais aceito; ANtes disso, muitos métodos eram usados para marcar os vários níveis dos praticantes. Alguns sistemas recorriam a três tipos de certificados para seus membros:
SHODAN - significando que se havia adquirido o status de principiante;
TIUDAN - significava a botenção de um nível médio de prática. Isso significava que o indivíduo estava seriamente comprometido com sua aprendizagem, escola e mestre.
JODAN - a graduação mais alta. Significava o ingresso no OKUDEN (escola, sistema e tradição secreta das artes marciais).
Se o indiíduo permanecia dez anos ou mais junto ao seu mestre, demonstrando interesse e dedicação, recebia o MENKIO, a licença que permitia ensinar.
Essa licença podia ter diferentes denominações como: Sensei. Shiran, Hanshi, Renshi, Kyoshi, dependendo de cada sistema em particular.
A licença definitiva que podia legar e outorgar acima do MENKIO, era o certificado KAIDEN, além de habilitado a ensinar, implicava que a pessoa havia completado integralmente o aprendizado do sistema.
O sistema atual que rege a maioria das artes marciais usando Kyu (classe) e Dan (grau), foi criado por Jigôro Kano, fundados do Judô Kodokan.
Kano era um educador e conhecia as pessoas, sabendo que são muitos os que necessitam de estímulos imediatamente depois de haver começado a particar artes marciais. A ansiedade desse tipo de praticante não pode ser saciada por objetivos a longo prazo.
No Karatê, as faixas e cores são as seguintes:
Faixa branca - Iniciante
Faixa amarela - 6º Kyu
Faixa vermelha - 5º Kyu
Faixa laranja - 4º Kyu
Faixa verde - 3º Kyu
Faixa roxa - 2º Kyu
Faixa marrom -1º Kyu
Faixa preta - 1º Dan
Na classificação de faixas coloridas, KYU siginifica classe, sendo que essa classificação é em ordem decrescente.
Na classificação de faixas pretas, DAN significa grau, sendo a primeira faixa preta a de 1º Dan, a segunda faixa preta 2º Dan e assim por diante em ordem crescente até o 10º Dan (homenagem póstuma).
Em um plano simbólico, o branco representa a pureza do principiante, e o preto se refere aos conhecimentos apurados durante anos de treinamento.
No Japão, o título mais alto que uma pessoa pode obter nas artes marciais se denomina HANSHI;
É um alto cargo, cujo significado transcende as habilidades físicas ou técnicas, significa mestre exemplar.
Porém, nenhum título é mais conhecido que "Sensei". Literalmente, SENSEI significa vida prévia. Isto significa em contexto oriental, que se está ante uma pessoa com conhecimento avançado da arte e um nível de conhecimento humano elevado. Portanto, Sensei não significa somente professor de arte marcial, mas também pessoa culta, educada e de conduta irrepreensível.


LEMA DO KARATÊ

HITOTSU JINKAKU KANSEI NI TSUTOMURU KOTO ( PRIMEIRO OU SEMPRE - ESFORÇAR-SE PARA A FORMAÇÃO DO CARÁTER)

HITOTSU MAKOTO NO MICHI O MAMORU KOTO ( PRIMEIRO OU SEMPRE - FIDELIDADE AO VERDADEIRO CAMINHO DA RAZÃO)

HITOTSU DORYOKU NO SEISHIN O YASHINAU KOTO ( PRIMEIRO OU SEMPRE - CRIAR O INTUITO DO ESFORÇO)

HITOTSU REIGI O OMONZURU KOTO ( PRIMEIRO OU SEMPRE - RESPEITAR ACIMA DE TUDO)

HITOTSU KEKKI NO YU O IMASHIMURU KOTO ( PRIMEIRO OU SEMPRE - CONTER O ESPÍRITO DE AGRESSÃO)

CÓDIGO DE ÉTICA DO KARATÊ

1º) A disciplina, o respeito ao próximo e a cortesia que são os fundamentos do Budô, devem acompanhar os cultores de KARATÊ em todos os seus movimentos. Na academia, nas atividades profissionais e no seu lar.

2º) A vaidade e o capricho devem ser evitados assim como devem ser cativados a faculdade de ouvir críticas construtivas e as de seguir os bons conselhos.

3º) A humildade, a modéstia e a auto crítica devem ser constantes na conduta diária dos cultores de KARATÊ, a arrogância e o exibicionismo são próprios dos pobres de espírito.

OS 20 ENSINAMENTOS DO MESTRE FUNAKOSHI

01 - O KARATÊ INICIA-SE E TERMINA COM SAUDAÇÕES;

02 - NO KARATÊ NÃO EXISTEM GOLPES DE AGRESSÃO;

03 - O KARATÊ APOIA O CAMINHO DA RAZÃO;

04 - CONHEÇA-SE A SI PRÓPRIO ANTES DE JULGAR OS OUTROS;

05 - A PRINCÍPIO LAPIDAR O ESPÍRITO, DEPOIS A TÉCNICA;

06 - EVITAR O DESCONTROLE DO EQUILÍBRIO MENTAL;

07 - A FALTA SURGE COM A ACOMODAÇÃO MENTAL E FÍSICA;

08 - O KARATÊ NÂO SE LIMITA APENAS A ACADEMIA;

09 - A ESSÊNCIA DO KARATÊ SE DESCOBRE NO DECORRER DA VIDA;

10 - DARÁ FRUTOS QUANDO ASSOCIADO À VIDA COTIDIANA;

11 - O KARATÊ É IGUAL A ÁGUA QUENTE: SE NÃO RECEBER O CALOR CONSTANTEMENTE, ELA ESFRIA;

12 - NÃO PENSE EM VENCER, MAS NÃO PENSE EM DERROTA;

13 - MUDE SUA POSIÇÃO CONFORME O TIPO DO ADVERSÁRIO;

14 - A LUTA DEPENDE DO MANEJO DA TEORIA DE IN (NEGATIVO) E YOU (POSITIVO);

15 - IMAGINE QUE SEUS MEMBROS SÃO ESPADAS;

16 - PARA O HOMEM QUE SAI DO PORTÃO, EXISTEM MILHÕES DE ADVERSÁRIOS;

17 - NO PRINCÍPIO, SEUS MOVIMENTOS SÃO ARTIFICIAIS, MAS COM A EVOLUÇÃO, TORNAM-SE NATURAIS;

18 - A PRÁTICA DE FUNDAMENTOS DEVE SER CORRETA, ENQUANTO, EM USO TORNA-SE DIFERENTE;

19 - DOMÍNIO DO SEU CORPO NA COORDENAÇÃO, NA FORÇA, NA VELOCIDADE E ELASTICIDADE;

20 - ESTUDAR, CRIAR E APERFEIÇOAR-SE CONSTANTEMENTE.

TEMAS DE NÍVEL MENTAL

Kurai (grau de virtude): É o nível de evolução do ser humano no sentido espiritual. Na arte marcial (budô), deve – se buscar e criar, ao longo do treino, as seguintes qualidades: confiança, grandeza de espírito, coragem, lucidez, otimismo, humildade e honra. O treino na linha kurai visa a tornar o individuo eficiente em suas dimensões físicas e mental. O ser humano que atingiu um alto nível nesta linha é realmente eficiente em todos os sentidos.
Sutemi (desprendimento): “A castanha que cai na água corrente só poderá flutuar quando se desprender do próprio fruto”. Os sentimentos de receio, insegurança, dúvidas, prejudicam o desempenho dos golpes, não permitindo que eles sejam dados na forma e no momento corretos. É preciso esvaziar-se de todos esses sentimentos para conseguir aplicar a técnica com naturalidade e determinação. Convém, entretanto, estar atento para não agir com selvageria e acabar violando a verdadeira razão. A falsa coragem, que costumamos chamar de coragem selvagem, é o ímpeto criado pelos instintos e não constitui o verdadeiro estado de sutemi.
Heijo – Shin (naturalidade): É normal, a todo ser humano sensível, ficar nervoso ao enfrentar uma situação anormal, mas quanto mais nervoso se fica, mais falhas se cometem; é comum até que o transtorno torne a pessoa incapaz de distinguir o certo do errado, falhando nas decisões que toma. O karatê é uma modalidade de luta que solicita muito o trabalho do equilíbrio mental, pois o nervosismo prejudica o desempenho. Convém habituar – se a manter o espírito de serenidade e confiança. As naturais dificuldades para atingir esse estado devem ser encaradas como motivação para reiniciar o treinamento. Esse procedimento deve estar sempre presente.
Shi – Shin (aprisionamento) e Ho – Shin (liberdade mental): A água corrente é mais limpa que a água parada, que apodrece. O mesmo acontece com o nosso cérebro: seu uso constante, adequadamente estimulado, nos permite mantê – lo sempre em condições ótimas de funcionamento.Todas as técnicas e os golpes empregados devem fluir naturalmente da capacidde que o lutador tenha de mentalizar toda a situação e agir automaticamente, sem se deter na analise dos fatos nem das possíveis intenções do adversário. Tudo isso, visando à busca do estado de naturalidade (heijo-shin).
Munen (extremo vazio na intenção) e Mussô (extremo vazio no pensamento): As artes marciais insistem num grande vazio como estado ideal para alcançar uma grande paz. Mesmo os samurais insistiam nesse extremo vazio como forma ideal de luta: esvaziar – se das ambições, das ansiedades pela vitória ou pela derrota, dos fantasmas do passado e do futuro e até mesmo das preocupações com a vida e com a morte. Quando se atingir o estado de vazio, brotará do interior uma nova energia, que se manifestará sob a forma de disposição, de criatividade e de intuição. Com isso, será possível enfrentar e solucionar os problemas da melhor forma.
Fudoshin (estado inabalável): É importante, quando surge algum imprevisto na vida, manter o estado de fudoshin. Mesmo que as condições do momento estejam pouco favoráveis, sejam quais forem as circunstancias, é preciso conservar uma forte determinação de conduta. Nestas horas mais difíceis, é muito importante possuir algo que sustente a crença e a força interior. É imprescindível acreditar no alto controle, principalmente nos grandes momentos de tristeza e depressão ou nos momentos em que nada parece dar certo, sem cair em descontrole emocional. Quando se está preparado, através da pratica correta do karatê, pode – se sentir o grande apoio que a arte marcial dá à personalidade, contribuindo para o desenvolvimento e atuando de forma positiva nos momentos de dificuldade.
Shin (mente), Ki (energia), Ryoku (corpo): Shin é um estado maduro da percepção, do raciocínio e da intuição, no que diz respeito ao movimento ou à intenção do adversário. Ki é a energia resultante do estado de determinação do shin, que pode ser representada pela força de vontade, pela disposição, pela intenção ou pele determinação. Ryoku representa a força do corpo em conjunto com sua eficiência técnica. Todo treinamento deve visar à união entre os três elementos (mente, energia, corpo), pois só assim será possível alcançar um alto nível. Um treinamento de karatê que vise somente à evolução física e técnica, desprezando a evolução espiritual, é distorcido e leva o individuo a agir de forma violenta, com conseqüências negativas para ele e para a sociedade.

OS BENEFÍCIOS DA PRÁTICA CORRETA DO KARATÊ

Muitos são os benefícios que se podem auferir da pratica correta do karatê e aqui passamos a enumerar alguns deles.
• Manutenção da saúde e fortalecimento físico;
• Estimulo a coragem para enfrentar obstáculos;
• Respeito aos outros, bons costumes em relação ao meio ambiente, equilíbrio, boa postura e respiração correta, que são estimulados pelos rituais tradicionais;
• Incentivo ao aperfeiçoamento pessoal no sentido de tentar vencer os próprios limites, como os do medo, da desconfiança, da preguiça, da indecisão, etc.;
• Empenho e dedicação, exigindo o máximo do corpo e da mente, treinando com paciência e perseverança até fazer destes objetivos um hábito;
• Controle emocional obtido na pratica de luta, que permite extravasar a agressividade e “purificar” os instintos;
• Estabilidade emocional;

QUALIDADES ESSENCIAIS PARA UM PRATICANTE DE KARATÊ

O Karatê não ensina somente a vitória ou derrota em competições mas, através dos esforços e das experiências físicas e mentais, obter o real brilho do ser humano. O essencial é possuir sentimentos, seriedade, dedicação incessante ao treinamento físico e mental.
O Karatê tem como objetivo não só a técnica, mas também nos ensina a tirar o máximo proveito da nossa força interna.Assim nas competições não existem classificados por pesos. O atleta cujo físico é pequeno, poderá vencer o grande. A essência do karatê é desenvolver o máximo de sua potencialidade e aquele que o conseguir será o vitorioso.
Existe atualmente uma tendência nos esportes onde predominam as forças brutas, a busca imediata de vitórias promocionais, menosprezando – se cada vez mais a técnica e principalmente, a formação espiritual, grau ou caráter do individuo.

PRINCIPAIS MODALIDADES DO KARATÊ-DÔ TRADICIONAL

PRINCIPAIS MODALIDADES DO KARATÊ-DÔ TRADICIONAL
KIRON: É o treinamento básico dos praticantes de Karatê, onde aprende-se os movimentos de ataque e defesa usados principalmente para que os praticantes adquiram agilidade, força e condicionamento físico.
KATA: Luta imaginária contra vários adversários ao mesmo tempo começando e finalizando no mesmo local. Observa-se, principalmente, agilidade, força, postura e concentração.
ENBU: Seqüência coreografada de dois atletas (homem x homem e homem x mulher) que demonstram ataques e defesas dentro da área de competição apresentando aplicações diversas e observando as técnicas ? no kata e no kumitê.
KUMITÊ: Apresentação na qual os participantes se confrontam tentando demonstrar agilidade, força, melhores tempos de ataque e contra-ataque e noção de distância. O principal objetivo é a prova de conhecimentos.
FUKUGO: Apresentação na qual os participantes se confrontam de forma intercalada de kata (sendo comparados e com vitória destinada ao melhor) e kumitê, onde a última competição deve ser obrigatoriamente kumitê.

KARATÊ-DÔ TRADICIONAL

KARATÊ-DÔ TRADICIONAL
O karatê tradicional tem por base a filosofia do BUDÔ. O Dr. Imamura, da Universidade de Waseda, identifica o elemento BU o conceito de controle da violência, disciplina da vida, estabelecimento de normas e leis de conduta, conquista da segurança, contribuição pessoal para a pacificação e enriquecimento da sociedade. Segundo o mesmo autor, DÔ significa método, doutrina ou atalho.
A chamada luta sem armas, shime ou kime, tem por base o domínio das contrações musculares. Na ilha de Okinawa o kime passou para a Ilha Central do Japão, onde se aperfeiçoou, recebendo o nome de karatê – budô. As técnicas de luta Okinawa, ou seja, todome – waza, requerem anos de treinamento dos exercícios de base, que têm por objetivo alcançar velocidade, capacidade e rapidez de contração, focalização precisa, reunião e desencadeamento das forças em cada golpe. Os princípios de aplicação dessas técnicas de luta foram aperfeiçoados durante a guerra civil japonesa, que durou trezentos anos.
FILOSOFIA DO BUDÔ
Em tempos remotos, quando essas técnicas se estruturaram, perder uma luta significava a morte; portanto, não se podia perder. Muitas citações de pensadores daquela época confirmam essa preocupação e os valores do budô. Dizia, por exemplo, o famoso filosofo chinês Song Tsu: “Lutar cem vezes e vencer cem vezes é inferior a vencer sem lutar”. Conta-se também, a história de um famoso mestre que tinha três filhos e devia escolher um entre eles para seu sucessor. O mestre testou o primeiro filho, fazendo que ele fosse atacado pelas costas. O filho defendeu-se e o contra golpeou com grande habilidade. O segundo filho saiu-se melhor do que o primeiro, pois, na hora do ataque, apenas se esquivou. O terceiro filho, porém, foi realmente superior aos dois primeiros: antes do ataque, percebendo a intenção do pai, sorriu e disse: “Mestre, deixe de lado a brincadeira”.
A filosofia do budô sempre deu muita importância à percepção e à sensibilidade, uma vez que as técnicas que nela se baseiam, visam essencialmente:
• À conquista de estabilidade emocional e da autoconfiança, através de treino rigoroso e vida disciplinada;• Ao desenvolvimento da intuição, no sentido de perceber o ataque do adversário antes mesmo do início do seu movimento e da capacidade de analisar o adversário, para prevenir-se contra surpresas;• À formação de hábitos de saúde, como o uso da meditação zen e a respiração com o diafragma.

SHU-GYO: COMO BUSCAR, ATRAVÉS DA PRÁTICA, O APRIMORAMENTO.
O karatê colabora para a formação integral do homem, atuando principalmente sobre a formação da personalidade. Sua prática correta desenvolve: agilidade, percepção, raciocínio rápido e correto, boa postura, concentração, responsabilidade, disciplina, liderança, força de vontade, determinação, respeito mútuo, socialização, prevenção e manutenção da saúde, estabilidade emocional, independência, autoconfiança, resistência, espiritualidade, etc.
Não pode, portanto ser visto como esporte ou uma brincadeira de chutes e socos. Essa visão distorcida do karatê só colabora para a elevação do índice de acidentes. Sua prática correta exige uma visão mais ampla do ser humano em todas as suas dimensões, para fundamentar um método capaz de colaborar com o desenvolvimento total e harmonioso delas.

DIFERENÇA ENTRE O KARATÊ TRADICIONAL E OS NOVOS KARATÊS

DIFERENÇA ENTRE O KARATÊ TRADICIONAL E OS NOVOS KARATÊS
O Karatê Tradicional, que é o Karate Original se desenvolveu no Japão como uma arte marcial. Em termos técnicos, o Karatê Tradicional se baseia no conceito técnico do golpe definitivo, o qual se define como a técnica suficiente para destruir um atacante em ofensiva.
Em harmonia com outras técnicas relacionadas, o golpe definitivo integra todo o poder do corpo para centralizá-lo em uma área determinada.
Nas competições do Karatê Tradicional tudo se baseia na arte da defesa pessoal. Por exemplo, só se reconhece a técnica do golpe definitivo para contar a pontuação. Inclusive de acordo com o princípio de que o golpe definitivo não oferece uma segunda oportunidade, os combates dentro do Karatê Tradicional, são um só ponto. Portanto, as ações descuidadas as técnicas inadequadas são minimizadas devido as bases da regra a um só ponto.
Em se tratando de uma arte de defesa pessoal, o tamanho do adversário não é considerado, é portanto irrelevante, os princípios de defesa pessoal exige a preparação adequada para defender-se contra qualquer adversário, sem se importar com seu tamanho, qualquer que sejam as circunstâncias, o adversário pode ser maior.
Como uma arte de competição, o Karatê Tradicional se vale da competição como um meio para aumentar o treinamento e o desenvolvimento humano, através do melhoramento da estabilidade emocional, da disciplina mental e do respeito. Unidas, estas metas constituem a base das regras do Karatê Tradicional.
Os novos Karatês se desenvolveram com base no Karatê Tradicional do Japão. Estes novos Karatês têm suas técnicas e orientações derivadas das bases do chuta com pé e golpes do Karatê Tradicional.
Ainda que em aparência sejam similares, os novos Karatês realizaram algumas modificações cruciais, talvez a mais profunda alteração foi a ênfase a filosofia de uma arte marcial de defesa pessoal, até um jogo de pontapés múltiplos, baseando em golpes e patadas.
Por exemplo, é do conhecimento geral, que os novos karatês incorporam o chute com pé e o golpe em um sentido mais amplo. Os pontos concedidos se outorgavam as mãos e pés mais rápidos que alcançassem o objetivo. Ante tais circunstâncias, o golpe definitivo deixava de ser um requisito. Como resultado, a aplicação da força de impacto por meio da açâo integral do corpo não era necessária.
Ainda a medida de movimentos corporais se estabeleceu como um dos aspectos mais importantes. Traçando um paralelo a dinâmica corporal do karatê Tradicional, se opunha por completo à dinâmica dos novos Karatês.
Por não terem os mesmos requisitos do golpe definitivo, os novos karatês têm suas regras de luta baseadas mais no sistema de qualificação de pontuação múltipla, que podem ser de três ou seis pontos e meio.
O Karatê Tradicional se baseia na arte de defesa pessoal, e considerando-se o tamanho do adversário irrelevante, daí não haver a divisão de categorias por peso. Por seu lado, os novos Karatês se consideram mais como um esporte do que como uma arte marcial, Por esta razão, dentre os novos karatês, há um que tem sete categorias de peso.

O KARATÊ TRADICIONAL

O KARATÊ TRADICIONAL
A vitória em si mesma não é a meta principal do Karatê Tradicional. O Karatê Tradicional é uma arte de defesa pessoal que usa o corpo humano na sua forma mais efetiva. Basicamente utiliza técnicas de bloqueio, golpe e combinação com outros movimentos. "Por meio do Karatê Tradicional, o ser humano adquire os meios para manter e melhorar suas habilidades mentais e físicas. Por meio da busca ilimitada de um aperfeiçoamento técnico, se chega ao melhoramento completo da habilidade humana.
Não obstante que os graus ou níveis alcançados são finitos por definição, a busca do desenvolvimento no Karatê Tradicional não tem limites. A capacidade humana para crescer e o potencial para desenvolver são fronteiras que demandam nossa exploração contínua.

HISTÓRIA DO KARATÊ TRADICIONAL
O Karatê Tradicional alcançou sua forma final, tal qual como conhecido no mundo moderno ao redor de 1930, no Japão. Suas bases técnicas porém, se iniciaram muito antes, com o TO-DE, a arte de Lutas sem armas, desenvolvida em Okinawa no Japão, O TO-DE surgiu quando o governo da referida província impediu a sua população a posse de qualquer tipo de arma.
Por sua vez o TO-DE de Okinawa, se baseou na técnica de luta chinesa conhecida como CHUAN-FA, cujas origens se remontam a mais de mil anos. Acredita-se que a arte de lula denominada NAN-PEI-CHUN, desenvolvida na província chinesa de FUKIEN, teve a maior influência no desenvolvimento do TO-DE.
Quando se fundiram as bases técnicas do TO-DE, à filosofia das artes marciais, o resultado foi o Karatê Tradicional. Isto ocorreu por volta do ano de 1600, quando várias artes de luta japonesa uniram sua filosofia e princípios técnicos. Esta fusão das artes de luta dentro da arte marcial, deu lugar ao princípio do Budô. Com ele surgiu a meta da busca constantemente até as formas mais elevadas do desenvolvimento humano.
Existe uma diversidade de estilos ou escolas de ensino do Karatê Tradicional. De qualquer forma, todas elas se dividem em duas grandes linhas, ou seja: SHURI-TÉ (inclusive o TOMARI-TÊ) e NAHA-TÊ,O SHURI-TÊ se desenvolveu em uma parte chamada SHURI de Okinawa (atualmente uma parte da cidade de NAHA). A SHURI-TÊ se baseava no CHUAN-FA chinês da era de 1400 A.C, e consequentemente se desenvolveu de sua própria maneira, sob as condições políticas e geográficas imperantes na Okinawa daquela época.
As origens do NAHA-TÊ se remontam ao NAN-PEI-CHUN do ano de 1900, introduzida desde Fukien, China, na área de Naha, em Okinawa.

O DESENVOLVIMENTO DO KARATÊ EM OKINAWA

O DESENVOLVIMENTO DO KARATÊ EM OKINAWA.
Situado no sul do Japão, entre este país e TAIWAN (FORMOSA), localiza-se o arquipélago das ilhas KYU, das quais a maior e mais importante é a ilha OKINAWA, com a qual a China estabeleceu relações comerciais desde o período da dinastia SUI (+ou– 607 DC).
Por volta de 1340 OKINAWA foi dividida em 3 (três) grandes reinados rivais, e em 1372 o rei SATSUDO, do maior destes reinados, firmou acordo de dependência com a China tornando-se vassalo do imperador MING. Como resultado desse acordo a partir de 1392 diversas famílias chinesas emigraram para OKINAWA, introduzindo o KEMPO nas ilhas do arquipélago, além de transmitir as tradições e conhecimentos chineses quanto à navegação, construção de navios, administração, fabricação de papel, tintas e pinceis, trabalhos com cerâmicas, lacas e sedas.
Em 1429 OKINAWA foi unificada em um único reinado, sob o comando do rei SHOHASHI dando início à primeira dinastia SHO, que estabeleceu o marco inicial de um período de grande desenvolvimento comercial e de grande prosperidade.
O intercâmbio promovido à partir de então, através dos marinheiros e comerciantes de OKINAWA em visita a diversas partes da ASIA e a ampliação das atividades comerciais com a Coréia, Java, Sumatra, Arábia e Málaca, são fatos considerados como fundamentais na história do desenvolvimento das artes marciais em OKINAWA.
Após o término da primeira dinastia SHO (em 1470) e depois de um período de turbulência política, estabeleceu-se em 1477 uma nova dinastia SHO, com o novo rei (SHO SHIN) tendo de enfrentar diversos chefes guerreiros revoltosos, que estavam firmemente entrincheirados em seus castelos, situados em diversas regiões da ilha.Como parte de sua estratégia de combate aos revoltosos e domínio completo da ilha, proibiu o porte de armas (basicamente punhais e espadas) e ordenou o recolhimento de todas as armas ao castelo real de SHURI, além de obrigar a todos os nobres a viverem próximos ao castelo, na capital real. Estas medidas geram uma enorme insatisfação popular, contribuindo enormemente para dar um tremendo impulso no desenvolvimento das artes marciais de lutas com as mãos vazias (sem armas).
A “era de ouro” de OKINAWA continuou em franco desenvolvimento até 1609 quando as ilhas do arquipélago RYU KYU foram invadidas e denominadas pelas tropas japonesas do SHOGUN SHIMAZU do clã SATSUMA; que as anexaram ao seu domínio.
Os japoneses mantiveram as proibições de porte de armas para os habitantes das ilhas, e mantiveram a nobreza limitada a viver na cidade de SHURI, enquanto que aos samurais e soldados japoneses era permitido portar suas armas, tendo também sido proibido o treinamento de artes marciais.
Como resultado de tal situação, os habitantes de OKINAWA passaram a exercitar-se de forma clandestina na arte de lutar com as mãos vazias, alcançando um grau de extrema eficácia, desenvolvendo em paralelo técnicas de utilização de implementos agrícolas como armas de defesa contra as espadas dos samurais.
Os diferentes estilos de luta começaram a tomar formas definidas, e o que era anteriormente conhecido de um forma geral como OKINAWA-TE (TE significando MÃO), ou simplesmente TE, a partir do início do século 18 desmenbrou-se em 3 grandes estilos ou método de treinamento identificados com as três principais cidades onde estes estilos foram desenvolvidos e influenciados por diferentes tradições chinesas.
Desta forma, o TE desenvolvido na cidade de SHURI tornou-se SHURI-TE, dando ênfase aos aspectos exteriores de velocidade, flexibilidade e força (este estilo deu origem ao atual SHORIN-RYU). Em NAHA, o NAHA-TE era praticado com ênfase aos aspectos “inferiores”, tais como Ki (espírito), respiração, coordenação e contração (força interior), vindo a dar origem ao atual GOJU-RYU.
O SHURI-TE era basicamente ofensivo e o NAHA-TE defensivo, inclusive adotando técnicas de segurar e derrubar adversários.
Em TOMARI, desenvolvia-se o TOMARI-TE, voltado tanto aos aspectos “exteriores” quanto “interiores”, vindo a unir-se posteriormente ao SHURI-TE e dando origem ao SHORIN-RYU.
Os diversos mestres de TE começaram também a dar grande ênfase ao uso de armas em seus treinamentos, mas não as armas originárias da China e que acompanhavam os treinamentos de KEMPO (ou de TANG TE como era conhecido), mas sim com as novas armas adaptadas dos utensílios de trabalho no campo, incorporando-se às técnicas básicas de treinamento.
Como a vestimenta tradicional dos soldados japoneses era a armadura de madeira com peça de bambu, atingir um golpe eficiente com as mãos nuas, sem armas, exigia um excepcional condicionamento das mãos e dos pés, que somente era conseguido com extenuante treinamentos no MAKIWARA.

AS ORIGENS CHINESAS

AS ORIGENS CHINESAS: KEMPO
As origens do Karatê-do podem ser pesquisadas através dos séculos, chegando até o Japão Moderno, via Okinawa, provenientes da China e provavelmente da Índia, a partir do quarto e quinto século A .C. .
As informações existentes estão documentadas, embora em sua maioria resumam-se em mitos e relatos romanceados, sem comprovação formal.
A tradição relata que uma das formas de luta que mais influenciou na formação do Karatê-do nasceu na China, cerca de 3.000 anos atrás, durante o período SHU, quando o distrito do RIO AMARELO (CHINA) foi unificado. Este tipo de arte marcial, chamada CHU’UAN-FA, ou KEMPO em japonês (o caminho do punho) é ilustrada no KANSHO, antigo livro chinês com registros de textos e figuras/
Durante o período da Dinastia TANG (618 – 907 DC) quando a China conheceu uma época de grande prosperidade e desenvolvimento, o KEMPO recebeu um grande impulso, tornando-se o esporte mais popular, com grandes torneios e campeonatos, sendo organizados em cada vilarejo das províncias, e até mesmo em áreas próprias dentro do Palácio Imperial, sendo que os vencedores das competições principais eram premiados dentro do Palácio, pelo próprio imperador, e gozavam de grande prestigio popular.
A lenda conta que há cerda de 1.400 anos (+ou- 520 DC) um monge budista chamado BODHIDHARMA (DARUMA em japonês) saiu de um pequeno reinado no sul da Índia, onde era o 3º príncipe na sucessão do rei, dirigindo-se para a China, onde chegou ao templo ou mosteiro de SHAOLIN-SZU (SHORIN-JI em japonês) nas montanhas HAO SHAN, província do HU-NAN.
Ele era também o 28º descendente de SHAKA (ou SHASON), o fundador do budismo, tendo-lhe sido atribuído a criação do Zen-Budismo e o desenvolvimento de uma forma de treinamento físico que se tornaria a base do KUNG-FU e do Karatê-do. Este treinamento foi desenvolvido objetivando superar as necessidades de resistência física e mental requeridas para os rigorosos testes e provas de desenvolvimento físico e espiritual exigidos aos monges, seus seguidores, e englobava uma combinação das técnicas de respiração da YOGA, proveniente da Índia, e das técnicas de combate sem armas, naturais da China, conhecidas como KEMPO.
Como resultado de tais métodos de treinamento, os monges do mosteiro de SHAOLIN-SZU vieram a torna-se famosos em toda a China por suas qualidades de lutadores bem como por seus conhecimentos de budismo.
Em virtude de sua religião proibir o uso de armas, os monges desenvolveram técnicas específicas de combate com as mãos vazias, as quais ficam conhecidas como SHORINJI KEMPO, cujos movimentos fluídos, basicamente efetuados com as mãos abertas, eram inspirados na filosofia ZEN de não violência e harmonia, e desenvolvidas a partir da observação das posturas de luta de diversos animais tais como o tigre, a serpente, o macaco, a garça, o urso, etc., além de também incluírem métodos de combate utilizando “armas naturais” tais como a BO, bastão utilizado pelos monges para auxilia-los como bengalas, nas longas caminhadas de suas peregrinações.
Como os chineses eram bastante evoluídos no campo de medicina, com suas curas por acupuntura demonstrando um profundo conhecimento dos diversos centros nervosos do corpo humano, veio o SHORINJI KEMPO a beneficiar-se bastante com estes conhecimentos, com o direcionamento da aplicação de suas técnicas de luta para atingir estes pontos vulneráveis do atacante ou adversário.
À medida que estas técnicas de combate difundiam-se pelas diversas regiões da China, iam gradualmente assumindo formas diferentes de acordo com as condições locais regionais, ou seja, no sul os pequenos e fortes agricultores (lavradores) com seus músculos superiores bastante desenvolvidos, naturalmente deram mais ênfase ao desenvolvimento de técnicas com a utilização dos braços e da cabeça; em contraste com os nômades cavaleiros do sul da China, os quais tendo desenvolvido pernas bastante fortes, deram preferência aos golpes com as pernas e saltos. Nesta época começas a aparecer e se definir as diferenças que deram origem aos diferentes de Kung-Fu e de Karatê-do, salientando-se que foram os estilos do da norte da China que estimularam bastante o desenvolvimento do karatê da vizinha Coréia, o TAE-KWOU-DO.
Embora constatado historicamente de que efetivamente o mosteiro de SHAOLIN-SZU tenha existido, e sido efetivamente destruído e queimado por duas vezes, não há prova positiva da real existência de BODHIDHARMA, razão pela qual alguns historiadores acreditam ser apenas mais uma das estórias, ou invenção literária criada para satisfazer a tradição chinesa de ter sempre uma estória para explicar determinados fatos ou costumes; enquanto que outros pensam ser apenas uma imagem caleidoscópica ou almagâmica de uma série de personagens que vieram a contribuir para o desenvolvimento do ZEN e do KEMPO chinês, dentro do período de sua florescência, com a creiação do ZEN-BUDISMO e do SHORINJI KEMPO.

KARATÊ - ORIGEM E FILOSOFIA

KARATÊ – ORIGEM E FOLOSOFIA
Desde os tempos mais remotos, já existem registrados, na história, indício da veneração do homem pela guerra. Praticavam-se danças e rituais cheios de simbolismos e técnicas guerreiras. Uma das mais antigas técnicas de combate que já existiu no mundo é o Vajramushti, que se originou na Índia e era ensinada aos filhos dos nobres, como Bodhidharma, que antes de se tornar um monge, era um príncipe e a aprendeu de seu pai.
No século VI, Bodhidharma cruzou o Himalaia, numa longa viagem a pé, e alcançou o templo Shaalim, na China, com a finalidade de fundar, ali, a sua escola de Zen-Budismo, que é uma interpretação do budismo. Visa levar o homem ao autoconhecimento, através de longas meditações. Encontrando os monges, daquele mosteiro, em precárias condições físicas, não podendo suportar as várias horas de meditações, Bodhidharma resolveu ensinar aos monges a prática do Vajramushti, para fortalecer o corpo, tornando-os aptos as meditações. O Jajramushti era uma técnica de exercícios que usava mais as mãos, devido aos seus praticantes terem um pouco atrofiados os seus membros inferiores, em decorrência das muitas horas de meditações em que permaneciam sentados, imóveis. Com essa prática, os monges melhoravam consideravelmente sua forma física. Mais tarde foi adaptada a essa forma de exercício, a antiga arte marcial chinesa do Kung Fu que, segundo a lenda, se originou a partir da observação de animais, dando origem ao Shorim-Ji_Kempo. Nesta poderosa arte marcial, eram praticados exercícios de desenvolvimento físico, assim como os treinamentos espirituais, ou seja, era a fusão da guerra com a religião.
Em 1470, a ilha de de Okinawa foi denominada pelos chineses, que, temendo atos revoltosos, proibiram o uso de armas aos seus habitantes. Estes passaram a desenvolver um meio de defesa com o uso do próprio corpo. Com o conhecimento das artes marciais da China, esse sistema de defesa foi, pouco a pouco, se desenvolvendo. Quando Okinawa foi conquistado pelo Japão, o uso de armas foi mais rigorosamente proibido, porém, os nativos passaram a praticar secretamente a sua arte marcial, que, à época era conhecida com TÊ. Mais tarde, com a guerra do Japão com a China, essa arte modificou suas características chinesas, para a forma japonesa. Passou a chamar-se KARATÊ, que significa mãos vazias. Foi Gichin Funakoshi quem adaptou o karatê arte marcial, para o karatê esporte, sendo o responsável pela sua rápida difusão no resto do mundo. Foi Funakoshi quem criou o estilo shotokan.
O que não deve esquecer era os verdadeiros objetivos do karatê, que, geralmente, têm sido negligenciados. Têm-se dado importância, puramente à parte física e ao aspecto de defesa pessoal dessa arte. O karatê tem como principal objetivo, levar o homem ao domínio de si mesmo. A expressão “arte marcial” tem significado de arte guerreira. Marcial vem de Marte, o Deus romano da guerra, irmão de Minerva, Deusa da Sabedoria.
O verdadeiro guerreiro é aquele que vence a si próprio, daí o significado de arte marcial ser a guerra que o individuo deve travar contra si próprio, até atingir o mais auto grau de conhecimento, ou seja, conhecer a si próprio. Através do corpo se conhece o espírito. O espírito, segundo as principais filosofias orientais, é essencialmente perfeito, por isso, o corpo que atinge a perfeição de movimentos, torna-se a expressão do próprio espírito. Quando, a mil e quinhentos anos atrás, o velho monge chegou à China, não tinha interesses comerciais ou de qualquer outra espécie, a não ser o de difundir a arte de chegar a Deus, e a poderosa arte, ancestral de nosso atual Karatê, não tinha qualquer finalidade como a de proporcionar troféus, medalhas ou fama aos seus praticantes, mas, apenas, cumprir a finalidade de Criador. Através da descoberta do seu infinito potencial, o homem descobre a Deus que está presente em seu próprio ser e aprende a respeitar o Deus presente em todos os semelhantes e em toda natureza, tornando-se Uno com o universo.

MELHOR FORMA DO KARATÊ

MELHOR FORMA DO KARATÊ SEGUNDO NAKAYAMA
Na década passada houve um aumento considerável na popularidade do karatê por todo o mundo. Entre aqueles que têm sido atraídos pelo karatê, estão os estudantes e professores, artistas, empresários, funcionários públicos, tendo sido praticado por policiais e pelos membros da força de autodefesa japonesa. Em algumas universidades o karatê tem se tornado matéria obrigatória, e esse número vêm crescendo anualmente.
Junto com o aumento de popularidade houve infelizes e lamentáveis interpretações sobre o karatê, confundido com o chamado estilo chinês de boxear, e o relacionamento com o original Okinawa Te não foi satisfatoriamente entendido. Existiram também pessoas que consideravam o karatê como um mero show, onde dois homens atacam um ao outro barbaramente. Como era a forma de boxear no qual os pés eram usados, ou ainda um homem exibia-se quebrando blocos ou outros objetos resistentes, com a cabeça, mãos e pés. Se Karatê é praticado unicamente como uma luta técnica, este é um motivo por lamentar. As técnicas fundamentais têm sido desenvolvidas e aperfeiçoadas através de longos anos de estudo e prática, mas para o uso dessas técnicas fazer algum efeito, o aspecto espiritual dessa arte de autodefesa precisa ser reconhecido e deve-se seguir as regras predominantes (obrigatória). É gratificante ver que há quem entenda isso, quem sabe que karatê é puramente arte marcial oriental, e quem treinam com atitude correta (apropriada).
Ser capaz de derrotar um oponente com um golpe de punho ou um simples treino de corpo e do espírito e, acima de tudo, seu oponente deve ser tratado com a devida cortesia. Chute é o objetivo dos antigos mestres de arte marcial de Okinawa, mas até os experientes profissionais liberais dão maior ênfase ao lado espiritual do que ao lado técnico da arte. Treinamento significa, não é suficiente lutar com toda sua potência (capacidade), o verdadeiro objetivo do karatê - dô é fazer tudo pelo bem da justiça.
Gichin Funakoshi, um grande mestre do karatê - dô, destacado várias vezes que sua primeira finalidade na dedicação dessa arte foi a educação de uma espírito nobre, um espírito humilde. Simultaneamente desenvolveu força suficiente para destruir um animal feroz com um simples golpe. Torna-se um verdadeiro seguidor do karatê - dô é possível apenas quando se alcança a perfeição nesses dois aspectos, no espiritual e no físico.
Karatê como uma arte de autodefesa e karatê como um significado de aperfeiçoamento e conservação da saúde há muito existe. Vinte anos atrás uma nova atividade tem sido explorada e está vindo com força total, e o karatê como esporte.
No karatê como esporte, competidores são julgados com a finalidade de determinar (decidir) a habilidade dos participantes. Preciso ressaltar mais uma vez que é lastimável. Existe uma tendência a colocação em destaque no competidor vencedor, e quem não dar a devida atenção à prática dos fundamentos técnicos, optando em vez de na tentativa de Jiy Kumitê em oportunidade prematura.
Destacar um vencedor é inevitável, mas altera o envolvimento de uma pessoa no uso e na prática de técnicas de fundamento. Não apenas que, irá resultar num ser incapaz de executar técnicas com poder e eficiência, o qual, afinal de contas é a característica especificada Karatê - Dô. O homem que começa Jiy Kumitê prematuramente, sem ter praticado fundamentos suficientes, logo será ultrapassado por aquele que tem treinado as técnicas básicas, constantes e aplicadamente. É bastante simples, a pressa é inimiga da perfeição. Não há alternativas para aprender e praticar técnicas básicas e movimentos, será degrau por degrau e estágio por estágio.
As competições de karatê são para conservar. Elas devem ser convenientemente conduzidas condicional e espiritualmente. A vontade de vencer um oponente é contra produtivo (aconselhável), desde que resulte por falta de seriedade no aprendizado de fundamentos. Além disso, pretender mostrar selvagemente poder e força em uma luta, é totalmente indesejável. Quando isso acontece, a cortesia (obrigatória) dirigida ao oponente é esquecida, e isso é de extrema importância em algumas expressões do karatê. Acredito que essa questão, merece muita reflexão e auto-avaliação de ambas as partes, instrutores e alunos.
Para explicar os muitos complexos movimentos do corpo, tem sido meu desejo apresentar um livro repleto de ilustração com um texto moderno (atualizado) baseado na experiência que eu adquiri dessa arte, por mais de 46 anos. Este deseja está sendo realizado pela publicação de série (Melhor forma do Karatê), no qual meus escritos tenham sido totalmente revisados com a ajuda e encorajamento de meus leitores. Essa nova série explica em detalhes o que é Karatê-Dô, na linguagem mais simples quanto possível, e espero sinceramente que seja de ajuda para os seguidores do Karatê-Dô. Desejo também que os Karatecas em todos os países (mundo) sejam capazes de entenderem-se (um ao outro) melhor através dessa série de livros.

GINCHIN FUNAKOSHI

Ginchin Funakoshi

O Pai do Karatê Moderno. Nascido em 1868 em Shuri, Okinawa, NihonMorreu em 1957 em Tokyo, Nihon. Em Novembro de 1868 nasce Gichin Funakoshi em Shuri, Okinawa, no ano da Restauração Meiji, filho único. A família Tominakoshi (designação formal da famíla ) possui o título Shizoku ("pequena aristocracia") e Gichin é neto de um confucionista que ensinara membros da família real - Gisu Tominakoshi. Tendo nascido como prematuro Gichin há-de ter uma saúde débil por toda a infância. Logo após o nascimento foi levado à casa de seus avós maternos, onde foi educado e aprendeu poesias clássicas chinesas. No primário conheceu o filho de Yasutsune Azato, membro de uma das famílias mais respeitadas e especialistas em To-de (anterior designação de Karatê).
Em 1880 começa a praticar To-de em Okinawa, sob a orientação de Yasutsune Azato. A carta de recomendação do jovem é entregue a Azato por seu avô Gisu Tominakoshi. O médico da família - Tokashiki - apóia esse procedimento, como método de reforço da saúde do jovem. É provável que Funakoshi , antes de se tornar discípulo de Azato, tenha estudado durante um curto período com Taitei Kinjo, conhecido como "punho de ferro" pela sua capacidade de derrubar um touro com um único murro. Funakoshi posteriormente conheceu e treinou com outros mestres, tais como: Yasutsune Itosu, Sokon Matsumura, Kanryo Higaonna, Kiyuna, Toono (originário de Naha) e Niigaki. Como na época a prática de artes marciais era proibida em Okinawa, os treinos eram realizados à noite, no quintal da casa do Mestre Azato. Lá ele aprendia a socar, chutar, e mover-se conforme os métodos praticados naqueles dias. O treinamento era muito rigoroso. Mestre Azato tinha uma filosofia de treinamento que se chamava "Hito Kata San Nen", ou seja, "um Kata em três anos". Funakoshi estudava cada Kata a fundo, e então, quando autorizado pelo seu mestre, seguia para o próximo...
Enquanto praticava no quintal de Azato com outros jovens, outro gigante do Karate, Mestre Itosu, amigo de Azato, aparecia e observava-os fazendo Kata e fazendo comentários sobre suas técnicas. Era uma rotina dura que terminava sempre de madrugada sob a disciplina rígida do mestre Azato, do qual o melhor elogio se limitava a uma única palavra: "Bom!". Após os treinos, já quase ao amanhecer, Azato falava sobre a essência do KarateApós vários anos, a prática do Karate deu grande contribuição para a saúde de Funakoshi . Ele gostava muito do Karatê, mas como não pensava que pudesse fazer dele uma profissão, inscreveu-se e foi aceito como professor de uma escola primária, em 1888, aos 21 anos, aproveitando toda sua cultura adquirida desde a infância, profissão que exercerá até 1921 (sem que lhe tenha sido jamais registrada uma falta por doença).Em 1902 lidera uma demonstração de To-de (Okinawa-te) perante Shintaro Ogawa, que era então inspetor escolar da prefeitura de Kagoshima, à escola de Funakoshi em Okinawa, contribuindo para o reforço do ensino da disciplina nos liceus da região. Funakoshi impressionou bastante devido ao seu status de educador. Ogawa ficou tão entusiasmado que escreveu um relatório ao Ministério da Educação elogiando as virtudes da arte. Foi então que o treinamento de Karatê passou a ser oficialmente autorizado nas escolas.
Até então o Karatê só era praticado atrás de portas fechadas, mas isso não significava que fosse um "segredo". As casas em Okinawa eram muito próximas umas das outras, e tudo que era feito numa casa era conhecido pelas oito casas adjacentes. Enquanto muitos autores pregam o Karatê como sendo um segredo àquela época, ele não era tão secreto assim. O Karatê era "oficialmente" secreto (do mesmo modo que os Estados Unidos nunca penetraram no Camboja durante a guerra do Vietnã).
Contra os pedidos de muitos dos mestres mais antigos de Karatê, que eram a favor de manter tudo em segredo, Funakoshi trouxe o Karatê, com a ajuda de Itosu, até o sistema de escolas públicas. Logo, crianças na escola estavam aprendendo Kata como parte das aulas de Educação Física. A redescoberta da herança étnica em Okinawa era moda, então as aulas de Karatê em Okinawa eram vistas como uma coisa legal.
Em 1903 apresenta o primeiro programa pedagógico para a prática de To-de (Okinawa-te) nos liceus de Okinawa.
Em 1906 morre um dos seus grandes Mestres - Yasutsune Azato. No mesmo ano Gichin Funakoshi organiza a primeira exibição pública de To-de em Okinawa. Nasce o seu terceiro filho Yoshitaka (ou Gigo).Alguns anos depois, o Almirante Rokuro Yashiro (na época Capitão) assistiu a uma demonstração de Kata. Essa demonstração foi feita por Funakoshi junto com uma equipe composta por seus melhores alunos. Enquanto ele narrava, os outros executavam Kata, quebravam telhas, e geralmente chegavam ao limite de seus pequenos corpos.
Funakoshi sempre enfatizava o desenvolvimento do caráter e da disciplina nas suas narrações durante essas demonstrações. Quando ele participava, gostava de executar o Kata Kanku Dai, o maior do Karate, e talvez o mais representativo. Yashiro ficou tão impressionado que ordenou a seus homens que iniciassem o aprendizado na arte.
Em 1912 militares da Marinha Imperial Japonesa são mandados a Okinawa para aprender To-de (Okinawa-te), e treinam sob a orientação de Gichin Funakoshi . A Primeira Esquadra Imperial da Marinha ancorou na Baía de Chujo, sob o comando do Almirante Dewa, que selecionou doze homens da sua tripulação para estudarem Karatê durante uma semana. Foi graças a esses dois oficiais da Marinha que o Karatê começou a ser comentado em Tokyo. Os japoneses que viam essas demonstrações levavam as histórias sobre o Karatê consigo quando voltavam ao Japão. Pela primeira vez na sua história, o Japão acharia algo na sua pequena possessão de Okinawa além de praias bonitas e o ar puro.
Em 1913 Gichin Funakoshi organiza uma equipe de demonstrações de To-de (Okinawa-te) que, nos dois anos seguintes, realizará centenas de exibições perante milhares de espectadores por todo o território de Okinawa. Integram este grupo personalidades que tornaram-se famosas no panorama do Karatê, tais como: Choki Motobu, Chotoku Kyan e Kenwa Mabuni.
Em 1915 morre o segundo principal Mestre de Funakoshi - Yasutsune Itosu.
Em 1917 no Botoku-den de Kyoto efetua-se a primeira demonstração de To-de (Okinawa-te) fora de Okinawa, a qual é liderada por Gichin Funakoshi .
A 6 de Março de 1921 o príncipe herdeiro Hirohito assiste a uma demonstração de To-de (Okinawa-te) liderada por Gichin Funakoshi no grande hall do Castelo de Shuri. Chojun Miyagi participa igualmente nesta demonstração. Por causa disso, no final desse mesmo ano, Funakoshi foi convidado para fazer uma demonstração de Karate em Tokyo, numa Exibição Atlética Nacional.
Ele aceitou imediatamente, acreditando ser esta uma ótima oportunidade para divulgar a arte. Sua demonstração de Kata foi um sucesso. Ele pretendia retornar logo para Okinawa mas, depois da exibição, Funakoshi foi cercado por pedidos para ficar no Japão ensinando Karatê. Uma das pessoas que pediu para que ele ficasse Jigoro Kano, o fundador do Judô e presidente do Instituto Kodokan. Funakoshi resolveu ficar mais alguns dias para fazer demonstrações técnicas no próprio Kodokan.
Algum tempo depois, quando se preparava novamente para retornar à Okinawa, foi visitado pelo pintor Hoan Kosugi, que já tinha assistido a uma demonstração de Karatê em Okinawa e pediu que ele lhe ensinasse a arte. Mais uma vez sua volta foi adiada. Funakoshi percebeu então que se ele quisesse ver o Karatê propagado por todo o Japão ele mesmo teria que fazê-lo. Por isso resolveu ficar em Tokyo até que sua missão fosse cumprida.
No Japão, Funakoshi foi ajudado por Jigoro Kano, o homem que reuniu tantos estilos diferentes de Jiu Jitsu para fundar o Judô. Kano tornou-se amigo íntimo de Funakoshi , e sem sua ajuda nunca teria havido Karatê no Japão. Kano o introduziu às pessoas certas, levou-o às festas certas, caminhou com ele através dos círculos sociais da elite japonesa. Mais tarde naquele ano, as classes mais altas dos japoneses se convenceram do valor do treinamento do Karatê. Funakoshi fundou um Dojo de Karatê num dormitório para estudantes de Okinawa, em Meisei Juku. Ele trabalhou como jardineiro, zelador e faxineiro para poder se alimentar enquanto ensinava Karatê à noite.
Ainda no mesmo ano Funakoshi funda e passa a presidir à Shobukai de Okinawa (Associação para a Promoção do Espírito das Artes Marciais de Okinawa). Em conseqüência resigna à sua profissão de professor.
Em 1922 Jigoro Kano efectua a sua primeira visita oficial a Okinawa e efectua um discurso acerca do Budo japonês que inspira os praticantes locais de To-de (Okinawa-te) a darem a conhecer a sua arte.
Nesse mesmo ano a 1 de Abril o Ministério da Educação organiza a "Primeira Exibição Atlética Nacional" em Tóquio onde se exibem diversas artes marciais. O To-de (Okinawa-te) é uma das artes convidadas e Gichin Funakoshi é escolhido, pelos diversos peritos de Okinawa, para liderar a demonstração, a qual constitui a primeira apresentação pública de To-de ao público de Tóquio.
A 17 de Maio, na sequência da exibição pública de To-de (Okinawa-te), Gichin Funakoshi realiza, a convite de Jigoro Kano, uma demonstração no Kodokan. Nessa demonstração Funakoshi solicita ao seu discípulo Shinken Gima que demonstre a kata Naihanchi (mais tarde denominada Tekki). Nesta ocasião Funakoshi fabrica com as suas próprias mãos, para si e para o seu discípulo os primeiros Karate-gi, inspirados no Judo-gi.
Em Junho Gichin Funakoshi publica um artigo sobre To-de (Okinawa-te) no jornal Tokyo Nichinichi. É o primeiro artigo publicado sobre esta arte fora de Okinawa. As primeiras aulas são dadas aos membros do Tabata Poplar Club (uma guilda artística) e a primeira escola é aberta no Meisei Juku - um dormitório para estudantes originário de Okinawa - situado no bairro Suidobata em Tóquio.
Ainda no mesmo ano a editora Bukyosha traz a público o primeiro livro de Gichin Funakoshi : Ryu-kyu Kempo: To-de". O artista Hoan Kosugi desenha, para a capa do livro, o famoso "Tigre" que tornou-se o símbolo da arte de Funakoshi . Na introdução daquele livro ele já dizia que "...a pena e a espada são inseparáveis como duas rodas de uma carroça".
Ainda no ano da sua chegada a Tóquio, Funakoshi recebe um aluno muito especial: trata-se de Hironori Ohtsuka, na altura já um experiente praticante de Jiu-jitsu com 17 anos de prática. Tinha ouvido falar de Gichin Funakoshi , procurava-o, e decidira tornar-se seu discípulo. Ohtsuka praticará sob a orientação de Funakoshi durante os próximos nove anos.
Em 1º de setembro de 1923 as instalações do Meisei Juko, onde Gichin Funakoshi reside, trabalha e dá aulas, são destruídas por um enorme terremoto. Destruiu as placas de seu livro, e levou alguns de seus alunos com ele. Ninguém morreu com o tremor, os incêndios que provocaram as mortes. O terremoto ocorreu durante a hora do almoço, no momento em que cada fogão a gás no Japão estava ligado. Os incêndios que ocorreram a seguir eram monstruosos, e maioria da vidas perdidas se deveu ao fogo. Este livro teve grande popularidade e foi revisado e reeditado quatro anos após o seu lançamento, com o título alterado para: "Rentan Goshin Karate Jutsu".
Em 1924 Yoshitaka (Gigo) Funakoshi vai viver para Tóquio e passa a morar com seu pai. Embora praticante de To-de (Okinawa-te) Yoshitaka (Gigo) Funakoshi dedica apenas parte do seu tempo à prática já que estuda no laboratório de radiologia da Universidade de Tóquio, onde virá a obter o diploma de "Técnico de Radiologia", passando então a trabalhar nesse mesmo local e no Ministério da Educação.
No mesmo ano, Hakudo (Hiromichi) Nakayama (o fundador do moderno Iai-do) ao tomar conhecimento que Funakoshi não tem onde dar aulas, oferece-lhes os horários livres do seu dojo de kendo, situado em Kyobashi, Tóquio. Adota então um esquema de graduações (kyu, dan) semelhante ao do Kodokan. Todos os karatecas usam agora o Karate-gi branco (semelhante ao judo-gi porem mais ligeiro) que Funakoshi introduzira pela primeira vez na demonstração no Kodokan em 1921. Os dan's passam a usar cinto negro. É fundado o primeiro clube universitário na universidade de Keiho (a convite do professor Shinyo Kasuya, do Departamento de Línguas Germânicas).
Em 1925, Funakoshi começou a pegar alunos dos vários colégios e universidades na área Metropolitana de Tokyo, e nos anos seguintes, esses alunos começaram a fundar seus próprios clubes e a ensinar Karatê a estudantes destas escolas. Como resultado, o Karatê começou a se espalhar por Tokyo. No início da década de 30 haviam clubes de Karatê em cada universidade de prestígio de Tokyo. Mas por que estava Funakoshi conseguindo tantos jovens interessados em Karatê desta vez? O Japão estava fazendo uma Guerra de Colonização na Bacia do Pacífico. Eles invadiram e conquistaram a Coréia, Manchúria, China, Vietnã, Polinésia, e outras áreas. Jovens a ponto de irem para a guerra vinham a Funakoshi para aprender a lutar, assim eles poderiam sobreviver ao recrutamento nas Forças Armadas Japonesas. O seu número de alunos aumentou bastante.
Em 1926 Gichin Funakoshi publica, através da Editora Kobundo, uma segunda edição do seu primeiro livro, desta vez sob a designação de: "Rentan Goshin To-de Jutsu" (as "placas de impressão" originais do seu primeiro livro tinham sido destruídas no terremoto de 1923).
A 20 de Março de 1928 Gichin Funakoshi realiza uma demonstração de To-de (Okinawa-te) no Sainei-kan do Palácio Imperial, em Tóquio.
Ainda em 1928 recebe a visita de Kenwa Mabuni, e no ano seguinte de Chojun Miyagi , que efetuam as suas primeiras viagens a Tóquio. Na altura Funakoshi tem já 61anos e Miyagi surpreende-se com as condições extremamente modestas em que o encontra.
No início da década de 30 assiste-se à abertura de clubes de To-de (Okinawa-te) em várias universidades: Takushoku, Chuo, Shodai (agora chamada Hitotsubashi), Waseda, Hosei, Gakushuin, Nihon e Meiji. Gigo Funakoshi começa, a pedido de seu pai, a tomar alguma liderança das aulas de karate nas universidades, especialmente em Waseda.
Dentre os inúmeros discípulos de Funakoshi que aderem ao estudo da arte de Okinawa há a destacar dois nomes e duas datas :- Shigeru Egami que começa a treinar em 1931 na Universidade de Waseda, ajudando a fundar o Clube de Karatê local;- Masatoshi Nakayama que inicia a sua prática em 1932 enquanto aluno da Universidade de Takushoku.Neste período Gichin Funakoshi terá tido também os primeiros contactos com Morihei Ueshiba, quer freqüentando alguns dos seus Seminários especiais, quer trocando opiniões pessoais com este acerca da essência do Budo.
Em 1933 Gichin Funakoshi desenvolveu exercícios básicos para prática das técnicas em duplas. Tanto o ataque de cinco passos (Gohon Kumite) como o de um (Ippon Kumite) foram usados, passa a dar mais ênfase à prática do combate no Karatê, criando o Kihon Ippon Kumite.
Em 1934 os alunos de Funakoshi sob a orientação de Takeshi Shimoda - considerado o seu mais talentoso estudante e conhecedor de Kendo e Ninjutsu (escola Nen Ryu) - realizam uma digressão pela área de Kyoto-Osaka e pela ilha de Kyushu. Logo após a digressão Shimoda contrai uma pneumonia e, poucos dias depois, morre. Após a morte de Takeshi Shimoda, Gichin Funakoshi nomeia como principal assistente seu filho Gigo Funakoshi , que entretanto obtivera o título de Renshi da Butokukai.
Ainda no mesmo ano Gigo Funakoshi introduz o Jiyu Ippon Kumite (kumite semi-livre). Hironori Ohtsuka abandona o grupo de Funakoshi , abre um dojo em Tóquio e começa a ensinar a sua arte conciliando a atividade pedagógica com a sua profissão de médico. O tipo de prática que propõe - incorporando exercícios de combate e técnicas de Jiu-jitsu - constitui uma alternativa ao método de Gichin Funakoshi . Gera-se a primeira cisão na prática do Karatê, havendo vários grupos universitários que aderem ao método de Ohtsuka, que em breve será denominado Wado-ryu.
Em 1935 Kichinosuke Saigo, importante figura política da época e um dos mais antigos alunos de Gichin Funakoshi , cria um comitê que se propõe, como primeira tarefa, a construção do primeiro dojo de karate no Japão. Esse comitê é considerado o embrião da Associação Shoto (Shotokai).
Nesse mesmo ano Gichin Funakoshi publica a sua obra fundamental "Karate-do Kyohan" (conhecida internacionalmente como "O Texto do Mestre"). Nessa obra Funakoshi propõe oficialmente a modificação do kanji "To" - associado à dinastia chinesa Tang, e que significa "antigo" - pelo Kanji "Ku" que significa "vazio". Uma vez que ambos os Kanji também se podem pronunciar "Kara" a forma verbal continua inalterada. Karatê deixa então de significar "a mão antiga" ou "chinesa" e passa a ser conhecido como o caminho das mãos vazias.
Ainda em 1935 Gigo Funakoshi introduz a prática do Jiyu Kumite ("kumite livre") e, com o apoio de Shigeru Egami e Genshin Hironishi, entre outros, desenvolve novas técnicas de pernas como: Yoko Geri (Kekomi e Keage), várias formas de Mawashi-Geri, Fumikomi e Ushiro-Geri. As posições de base tornam-se mais baixas que as tradicionais.
Na Primavera de 1936 a recolha de fundos iniciada no ano anterior por Kichinosuke Saigo dá os seus frutos e o dojo de Funakoshi começa a tornar-se uma realidade, ali se realizando desde logo as primeiras aulas. Na porta de entrada é colocada uma placa com o nome "Shotokan" - a "casa" de Shoto - designação escolhida pelos alunos de Gichin Funakoshi em homenagem ao Mestre, que costumava assinar os seus poemas com o pseudônimo "Shoto" (literalmente: "ondulação dos pinheiros").
A 1 de Março de 1938 conclui-se a construção do dojo Shotokan. Com a materialização do Shotokan, corporiza-se o "espírito do grupo" criado em 1935 por Kichinosuke Saigo para o desenvolvimento dos ideais de Gichin Funakoshi . Esse grupo designado Shotokai - Associação Shoto - passará a ser, por assim dizer, a "alma" do Shotokan - a Casa de Shoto.
Em 1939 Gichin Funakoshi e Kenwa Mabuni inscrevem as suas respectivas escolas de Karatê no Butokukai. Após se terem submetido a exame, na mesma sessão, a eles foram concedidos o grau Renshi.
Em 1940 Gichin Funakoshi proíbe os seus alunos de executarem Jiyu Kumite ("combate livre") por verificar que, em parte devido ao fervor nacionalista e também pelo desejo de competição, essa prática induz a um espírito de violência contrário à essência do Budo.
Funakoshi era Taoísta, e ele ensinava Clássicos Chineses, como o Tao Te Ching de Lao Tzu, enquanto ele estava vivendo em Okinawa. Funakoshi era profundamente religioso. Ele tinha muito medo de que o Karatê se tornasse um instrumento de destruição, e provavelmente queria eliminar do treinamento algumas aplicações mortais dos Kata. Então, ele parou de fazer essas aplicações. Ele também começou a desenvolver estilos de luta que fossem menos perigosos. Funakoshi teve sucesso ao remover do Karatê técnicas de quebras de juntas, de ossos, dedos nos olhos, chaves de cotovelo, esmagamento de testículos, criando um novo mundo de desafios e luta em equipe onde somente umas poucas técnicas seriam legais. Ele fez isso baseado nos seus propósitos e com total conhecimento dos resultados.
Em Dezembro de 1943 Gichin Funakoshi publica "Karate-do Nyumon". Crê-se que o seu filho Yoshitaka Funakoshi tenha colaborado ativamente com seu pai na elaboração da parte técnica do livro, conjuntamente com Wado Uemura e Yoshiaki Ayashi.
A necessidade de um treinamento nas artes militares estava em crescimento. Jovens estavam se amontoando no Dojo, vindos de todas as partes do Japão. O Karate foi de carona nessa onda de militarismo e estava desfrutando de uma aceitação acelerada como resultado. Finalmente o Japão cometeu um grande erro. O bombardeio das forças navais americanas em Pearl Harbor a 7 de Dezembro de 1941 foi algo além da conta. Numa tentativa de prevenir que as embarcações americanas bloqueassem a importação japonesa de matéria-prima, os japoneses tentaram remover a frota americana e varrer a influência Ocidental do próprio Oceano Pacífico. O plano era bombardear os navios de guerra e os porta-aviões que estavam no território do Hawaii. Isto deixaria a força da América no Pacífico tão fraca que a nação iria pedir a paz para prevenir a invasão do Hawaii e do Alasca. Infelizmente, o pequeno Japão não tinha os recursos, força humana, ou a capacidade industrial dos Estados Unidos. Com uma mão nas costas, os americanos destruíram completamente os japoneses na Ásia e no Pacífico.
O ano de 1945 vai revelar-se um ano terrível para Gichin Funakoshi . A 10 de Março entre as 2 e as 3 da manhã o Shotokan e a residência anexa da família Funakoshi , anexa ao dojo, são destruídos durante os bombardeamentos de Tóquio. Gichin Funakoshi é acolhido pelo filho mais velho Yoshihide, passando a residir na casa deste situada no bairro Koishikawa em Tóquio.
No final desse ano Gigo Funakoshi morre na seqüência de uma prolongada doença pulmonar. O funeral ocorre a 24 de Novembro.
Uma das vítimas dos ataques aéreos foi o Shotokan Karate Dojo que havia sido construído em 1939. Com a América exercendo pressão em Okinawa, a esposa de Funakoshi finalmente iria deixar a ilha e juntar-se a ele em Kyushu no Sul do Japão. Eles ficaram lá até 1947. Os americanos destruíram tudo que estava em seu caminho. As ilhas foram bombardeadas do ar, todas as cidades queimadas até o fim, as colinas crivadas de balas pelos cruzadores de guerra de longe da costa, e então as tropas varreram através da ilha, cercando todo mundo que estivesse vivo. A era dourada do Karatê em Okinawa tinha acabado.
Todas as artes militares haviam sido banidas rapidamente pelas forças ocupantes americanas. Primeiro uma, depois outra bomba atômica explodiram sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki. Três dias depois, bombardeiros americanos sobrevoaram Tokyo em tal quantidade que chegaram a cobrir o Sol. Tokyo foi bombardeada com dispositivos incendiários. Descobrindo que o governo do Japão estava a ponto de cometer um suicídio virtual sobre a imagem do Imperador, cartas secretas foram passadas para os japoneses garantindo sua segurança se eles assinassem sua "rendição incondicional".
A esposa de Gichin Funakoshi que lograra sobreviver à destruição de Okinawa, deixa a sua região natal e reúne-se ao marido em Oita, Kyushu, onde passam a viver em condições muito difíceis.
No final do Outono de 1947 a esposa de Gichin Funakoshi morre devido a uma crise de asma. Logo após, Funakoshi regressa a Tóquio, voltando para casa do seu filho mais velho Yoshihide. Durante a longa viagem Funakoshi recebe ovações de alunos que o esperam em muitas das estações onde o comboio pára. Encorajado pelos discípulos organiza, ainda em 1947, uma grande demonstração de Karate em Tóquio.
Em 1° de Maio de 1949, os alunos de Funakoshi movem-se para organizar todos os clubes de Karate universitários e privados numa simples organização, e eles a chamaram de Nihon Karatê Kyokai (Associação Japonesa de Karate), conhecida internacionalmente por Japan Karate Association - JKA. Eles nomearam Funakoshi seu instrutor chefe. Em 1955, um dos alunos de Funakoshi consegue arranjar um Dojo para a NKK.Em 1951 e apesar da idade avançada (mais de 80 anos) Gichin Funakoshi continua a ensinar, quase exclusivamente Kata, nas universidades de Waseda, Keio, Hosei, Chuo, Hitotsubashi e Gakushin e, ainda, no Colégio Japonês de Medicina, Colégio Nacional de Educação Física (Nikaido) e nas Academias Naval e Militar.
A 13 de Outubro de 1956 Gichin Funakoshi termina o Prefácio da segunda edição de Karate-do Kyohan, lamentando-se do "quase irreconhecível estado espiritual a que chegou o mundo do Karatê atual" e apela a quem possa "compreender os seus anseios profundos (...) de forma a completar os objetivos do trabalho".Isao Obata, Hiroshi Noguchi, Genshin Hironishi e outros "homens de confiança" de Gichin Funakoshi , provenientes da "linha tradicional" do karatê, abandonam a JKA. Com o apoio do próprio Gichin Funakoshi , que assume a presidência da organização, e de Shigeru Egami, o mais próximo discípulo de Funakoshi nos últimos anos de vida, formalizam a Nihon Karate-do Shotokai.
A 26 de Abril de 1957 morre Gichin Funakoshi . o "Pai do Karate Moderno".
O filho primogênito - Yoshihide - decide organizar o funeral com o apoio da Nihon Karate-do Shotokai e dos amigos mais próximos da família Funakoshi , nomeadamente: Shigeru Egami (que estivera, conjuntamente com a família, junto ao leito do Mestre quando este exalara o último suspiro), Genshin Hironishi e Motohiro Yanagisawa.A JKA discorda da decisão de Yoshihide Funakoshi e afirma recusar-se a participar no funeral de Gichin Funakoshi caso não lhe seja permitido organizar o funeral. Promove-se uma reunião de emergência entre a Nihon Karate-do Shotokai e a Nihon Karate Kyokai (JKA). Não tendo sido possível consenso entre ambas as partes conclui-se que a decisão de participação no funeral de Mestre Funakoshi competirá à consciência pessoal de cada um dos seus alunos.
No dia do funeral de Gichin Funakoshi verifica-se que apenas comparecem os grupos universitários ligados ao Shotokai - Chuo, Senshu, Toho, Gakushuin e Tokyo Noko. O grupo universitário de Waseda hesita mas acaba por participar (por insistência do Presidente da Universidade - Dr. Nobumoto Ohama, um amigo e conterrâneo de Funakoshi). Infelizmente a grande maioria dos alunos de Gichin Funakoshi , especialmente os mais ligados à JKA, não comparecem ao funeral do Mestre.
Em seu túmulo negro, em forma de cruz, estão as palavras"Karate Ni Sente Nashi" (No Karate não existe atitude ofensiva).Em Junho desse mesmo ano, a JKA organiza, no maior espaço coberto japonês para a prática desportiva - o Ginásio Metropolitano de Tóquio - o primeiro All Japan Karate-do Championship Tournament, trata-se da primeira competição pública de Karate no Japão.
Em 1957, Funakoshi tinha 89 anos de idade. Ele foi um professor de escola primária e um estudante de Karatê. Ele mudou-se para o Japão (e não é um pequeno ato de coragem) e trouxe o Karatê consigo em 1922, dando ao Japão algo de Okinawa com seu próprio jeito pacifista.
No processo, ele perdeu um filho, sua esposa, o prédio que seus alunos fizeram para ele, seu lar, e qualquer esperança de uma vida pacífica. Ele suportou uma Guerra Mundial que resultou em calamidade nacional, e ele treinou seus jovens amigos e conheceu suas famílias apenas para vê-los irem lutar e serem mortos pelas forças invencíveis dos Estados Unidos.
Ele viu o Japão queimar, ele viu os antigos templos e santuários serem totalmente aniquilados, ele viu bombardeiros enegrecerem o sol, e ele viu como um pilar de fumaça negra subia de cada cidade no Japão e envenenava o ar que ele respirava. Ele viu o Japão cair da glória para uma nação miserável, dependendo de suprimentos de comida e roupas dos seus conquistadores.
O cheiro da fumaça e o cheiro dos mortos, os berros daqueles que foram deixados para morrer lentamente, o choro das mães que perderam seus filhos e esposas que nunca mais iriam ver seus maridos, o medo, o ruído ensurdecedor dos B-29's voando sobre sua cabeça aos milhares, os clarões como os de trovões por todo o país quando as bombas explodiam em áreas residenciais, os flashes de luz na escuridão, a espera no rádio para poder ouvir a voz do Imperador pela primeira vez, somente para anunciar a rendição, a humilhação de implorar comida aos soldados os intermináveis funerais e famílias arruinadas e lares destruídos.
A lição mais importante que ele nos ensinou está expressa na história do modo que ele passou pelo Dojo principal de Jigoro Kano, o fundador do Judô. Caminhando pela rua, ele parou e fez uma pequena prece quando passou pelo Kodokan. E, se estivesse dirigindo um carro, ele tiraria seu chapéu quando passasse pelo Kodokan. Seus alunos não entenderam porque ele estaria rezando pelo sucesso do Judô. Ele explicou: "Eu não estou rezando pelo Judô. Eu estou oferecendo uma prece em respeito ao espírito de Jigoro Kano. Sem ele, eu não estaria aqui hoje".