KARATÊ - ORIGEM E FILOSOFIA

KARATÊ – ORIGEM E FOLOSOFIA
Desde os tempos mais remotos, já existem registrados, na história, indício da veneração do homem pela guerra. Praticavam-se danças e rituais cheios de simbolismos e técnicas guerreiras. Uma das mais antigas técnicas de combate que já existiu no mundo é o Vajramushti, que se originou na Índia e era ensinada aos filhos dos nobres, como Bodhidharma, que antes de se tornar um monge, era um príncipe e a aprendeu de seu pai.
No século VI, Bodhidharma cruzou o Himalaia, numa longa viagem a pé, e alcançou o templo Shaalim, na China, com a finalidade de fundar, ali, a sua escola de Zen-Budismo, que é uma interpretação do budismo. Visa levar o homem ao autoconhecimento, através de longas meditações. Encontrando os monges, daquele mosteiro, em precárias condições físicas, não podendo suportar as várias horas de meditações, Bodhidharma resolveu ensinar aos monges a prática do Vajramushti, para fortalecer o corpo, tornando-os aptos as meditações. O Jajramushti era uma técnica de exercícios que usava mais as mãos, devido aos seus praticantes terem um pouco atrofiados os seus membros inferiores, em decorrência das muitas horas de meditações em que permaneciam sentados, imóveis. Com essa prática, os monges melhoravam consideravelmente sua forma física. Mais tarde foi adaptada a essa forma de exercício, a antiga arte marcial chinesa do Kung Fu que, segundo a lenda, se originou a partir da observação de animais, dando origem ao Shorim-Ji_Kempo. Nesta poderosa arte marcial, eram praticados exercícios de desenvolvimento físico, assim como os treinamentos espirituais, ou seja, era a fusão da guerra com a religião.
Em 1470, a ilha de de Okinawa foi denominada pelos chineses, que, temendo atos revoltosos, proibiram o uso de armas aos seus habitantes. Estes passaram a desenvolver um meio de defesa com o uso do próprio corpo. Com o conhecimento das artes marciais da China, esse sistema de defesa foi, pouco a pouco, se desenvolvendo. Quando Okinawa foi conquistado pelo Japão, o uso de armas foi mais rigorosamente proibido, porém, os nativos passaram a praticar secretamente a sua arte marcial, que, à época era conhecida com TÊ. Mais tarde, com a guerra do Japão com a China, essa arte modificou suas características chinesas, para a forma japonesa. Passou a chamar-se KARATÊ, que significa mãos vazias. Foi Gichin Funakoshi quem adaptou o karatê arte marcial, para o karatê esporte, sendo o responsável pela sua rápida difusão no resto do mundo. Foi Funakoshi quem criou o estilo shotokan.
O que não deve esquecer era os verdadeiros objetivos do karatê, que, geralmente, têm sido negligenciados. Têm-se dado importância, puramente à parte física e ao aspecto de defesa pessoal dessa arte. O karatê tem como principal objetivo, levar o homem ao domínio de si mesmo. A expressão “arte marcial” tem significado de arte guerreira. Marcial vem de Marte, o Deus romano da guerra, irmão de Minerva, Deusa da Sabedoria.
O verdadeiro guerreiro é aquele que vence a si próprio, daí o significado de arte marcial ser a guerra que o individuo deve travar contra si próprio, até atingir o mais auto grau de conhecimento, ou seja, conhecer a si próprio. Através do corpo se conhece o espírito. O espírito, segundo as principais filosofias orientais, é essencialmente perfeito, por isso, o corpo que atinge a perfeição de movimentos, torna-se a expressão do próprio espírito. Quando, a mil e quinhentos anos atrás, o velho monge chegou à China, não tinha interesses comerciais ou de qualquer outra espécie, a não ser o de difundir a arte de chegar a Deus, e a poderosa arte, ancestral de nosso atual Karatê, não tinha qualquer finalidade como a de proporcionar troféus, medalhas ou fama aos seus praticantes, mas, apenas, cumprir a finalidade de Criador. Através da descoberta do seu infinito potencial, o homem descobre a Deus que está presente em seu próprio ser e aprende a respeitar o Deus presente em todos os semelhantes e em toda natureza, tornando-se Uno com o universo.

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